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Vampiros existem e vão atacar sua família

Na zoologia vampiro é um morcego desmodontídeo. O bicho adora hemácias, leucócitos e plaquetas. Se der mole, sacia seus desejos em seres humanos e animais indefesos. Embora asqueroso, capaz de se mover rapidamente na escuridão e transmitir doenças, ninguém com um mínimo de tutano vai se borrar de medo sabendo que a espécime ronda a residência. Não se pode dizer o mesmo de um similar com o mesmo nome, misto de homem e mamífero quiróptero, que dorme num caixão, acorda sedento no meio da noite à procura de um tenro pescoço para enfiar os caninos proeminentes e sugar o sangue do infeliz.

Deus nos livre de figura tão sinistra. Será que existem? Pode ser. Se depender das redes sociais, nas múltiplas facetas, é possível deduzir que os tais seres do folclore internacional estejam amoitados em tumbas, grotas e esquifes espalhados pela cidade. Que horror.

É isso mesmo. A internet hoje se presta a provar qualquer coisa ou merda nenhuma. Gira na insanidade coletiva na doideira de milhões de internautas. Num piscar de olhos, milhões de pessoas passam a acreditar que foi uma vacina, e não o mosquito aedes aegypti, que transmitiu o zika vírus causando uma anomalia no cérebro do feto. Da noite para o dia pseudo-especialistas culpam o governo, incriminam laboratórios e querem mandar fuzilar secretários de saúde. Tudo assim: na base do ouvir dizer.

Este é apenas um exemplo recente, vivo na memória de todos, que demonstra claramente a insanidade e os perigos dos efeitos manados dos que topam serem internautas sem o menor senso. É algo tão insano, e tão perigoso, que reputações construídas ao longo de décadas, podem ser mutiladas num piscar de olhos, vítimas de alguém que tecla algo sem pudor.

A sociedade sequer tem noção exata dos danos que a engrenagem pode causar. É uma verdadeira moenda de criar boatos, espalhar mentiras e disseminar factóides. Cada usuário irresponsável é um vampiro à espreita de sugar a honra alheia, destruir carreiras, criar boatos que matam, inibir vacinações que salvam ou simplesmente vingar-se do inimigo ou da ex-namorada.

Pior ainda são as sanguessugas capazes de causar estragos econômicos de cruel destruição. Vendem o que nunca pretenderam entregar ou entregam (no caso drogas), o que nunca deveria ser vendido via computadores. Cuidado, pais de família, muito cuidado! Vampiros dispostos a sugar a inocência de seus filhos rondam as redes sociais. A exemplo do ser mitológico, descansam em seus ataúdes durante o dia e saem à caça nas madrugadas.

Não adianta se precaver com alho espalhado pela casa, crucifixos nas janelas ou água benta em baldes. Suas táticas ignoram lendários amuletos. Só existe uma única proteção contra a ação das bestas-feras da internet: nível cultural que permite discernir, utilizando principalmente o campo da ética e da pesquisa qualificada, o que é fofoca inútil de verdades a serem digeridas e difundidas a terceiros. Do contrário, somos apenas zumbis mordidos por vampiros da internet. Pense, reflita e tenha consciência antes de espalhar vento e colher tempestade.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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