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Senador no xilindró, pânico entre os políticos.

“Na história recente da nossa pátria, [a sociedade] acreditou que uma esperança tinha vencido o medo. Na ação penal 470 [mensalão] vimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece que o escárnio venceu o cinismo” (Cármen Lúcia Antunes).

Nada como a palavras de uma mulher correta, corajosa e acima de qualquer suspeita, para resumir a síndrome de quadrilha que tomou conta substancial da política brasileira. Sem precedentes no registro nacional, visto que nunca antes neste País um Senador em exercício tenha prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a gentil condução de Delcídio Amaral ( PT,MT) a um beliche atrás das grades, é um fato com singular recado aos corruptos.

A firme decisão do Ministro Teori Zavaski, referendada em seguida por demais componentes da Corte Suprema, leva apenas a caminhos positivos. Fosse o contrário, considerando a gravidade de conversas gravadas, vestais do judiciário (Dias Toffoli, Fachin, Gilmar Mendes e Teori), mencionados claramente nos diálogos registrados, estariam comprometidos no exercício da função.

Para que o congressista corrupto continue detido, a Constituição demanda uma confirmação entre seus pares. Terão a coragem republicana de mantê-lo no xilindró? Por incrível que pareça, considerando a incontestável confirmação de um delito inafiançável, fervem dúvidas nos bastidores de Brasília.

Os motivos estão inseridos na zombaria explícita mencionada por Cármen Lúcia. Delcídio já enviou recados azedos no estilo “não me deixem só, ou me farão companhia”. Ninguém que conhece as vísceras do Congresso duvida que ele guarde segredos devastadores. Se decidir por abraço de afogado será um Deus nos acuda.

Resumo da ópera: entre salvar a pele e resguardar o moral do Legislativo, as excelências deixam a valentia de lado e preferem dividir um desmoralização  coletiva do que uma cela com o Senador em apuros. Sendo assim, que ninguém duvide se encontrarem uma solução mágica para livra-lo da cadeia.

Neste banquete com indigestão garantida, ainda há de se constatar o efeito cascata capaz de engolir as poucas figuras proeminentes do lulopetismo que ainda gozam de alguma reputação. Não é por mero acaso que ícones do PT se agitaram como nunca nas últimas horas.

Equipes especializadas em contornar crises tiveram que acalmar pessoas influentes do PT e PMDB, prontas a ter um ataque de nervos. As bravatas do Senador, mais do que disposto a dar fuga para um bandido, fizeram um estrago dos diabos justamente quando Lula, numa orquestrada participação passou bons fluidos sendo entrevistado pela Globo do jeito que gosta, vislumbrou uma volta por cima. O clima no andar de cima nunca esteve tão quente e tenso. Ao ponto de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Cia Ltda. mostrarem suor escorrendo com o ar condicionado a 17 graus. Estou gostando.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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