Os veteranos, assim como os jovens apaixonados por cinema, que acompanharam a boa lavra de filmes fora da mesmice hollywoodiana, se lembram da película com o título “O último tango em Paris”, principalmente pela cena em que Marlon Brando faz uso de um pote de manteiga, providencialmente esquecido num apartamento vazio, para auxiliar a penetração anal na bela Maria Schneider. Uma polêmica dos diabos, principalmente porque não ficou claro se a enrabada (com a desculpa dos pudicos, pela ausência de outro termo) teve ou não o consentimento da protagonista. O folclore é que a tórrida relação foi Fosse hoje a representação, principalmente com a presença de atores famosos, certamente renderia acalorados debates entre a turma de Jair Bolsonaro e Maria do Rosário, apenas para citar dois parlamentares que aguçam discussões com opostos que jamais se beijam. Toda essa introdução serve como azeite filosófico para analisar o resultado da eleição na Argentina.
Durante décadas, o casal Kirchner abusou do populismo, introduzindo sem vaselina, margarida ou pomada anestésica, um modelo de governo aliado com o atraso, protecionismo, perseguição à imprensa e sobretudo alinhamento com Neo Ditadores da esquerda raivosa e irresponsável. Com bases falsas, jogou o País num atoleiro. Numa incrível autoilusão, a viúva de Nestor imaginou que a farsa podia ser mantida indefinidamente.
Eis que surge um empresário audacioso, Mauricio Macri, que se transformou primeiro numa pedra no caminho, depois num sólido muro que deu fim às ambições da volátil presidente, derrotando no segundo turno o candidato governista Scioli. Vai ser um salseiro. Tem muita gente da esquerda caviar, sobretudo Lula, que finge não se intrometer na eleição de outras nações, mas que jorrou seu charme e suas piadas infames (em portunhol o desastre é dobrado) pedindo votos para Scioli.
Poucos duvidam que Christina se salva de uma devassa que pode leva-la à prisão. Mesmo no poder, estava tendo dificuldades para evitar uma investigação envolvendo negócios mal-ajambrados, tráfico de influência e corrupção deslavada. Alguma semelhança com os lideres da chamada esquerda brasileira não é mera coincidência. Macri sinalizou que vai jogar duro e no bate pronto já exigiu a saída de Venezuela do Mercosul visto que o País hoje está longe de ser uma democracia. “Esquerdoidos” de todos os matizes já colocaram as barbas de molho. O que ocorreu na terra do tango pode ser uma onda capaz de varrer os radicais que estavam assanhados em transformar a América Latina numa complexa filial do modelo cubano, mesmo que Fidel já tenha se rendido e, hoje, curte um proveitoso romance com o
Nunca foi uma qualidade dos retrógrados do comunismo, com suas múltiplas roupagens, raciocinar de forma lógica. Ávidos por um Estado gigante, com tetas enormes para mamar gostoso, os arautos da esquerda se nutrem do próprio umbigo para ignorar a realidade porque estão sempre de olho no umbigo alheio.
Macri certamente vai dar um tempero diferente no sopão do cone Sul. Com ele sendo maestro na Argentina, não vai ser tão fácil engolir a lorotagem de Nicolas Maduro, as ações truculentas de Rafael Correa, jogadas de Evo Morales para se perpetuar no poder ou as sinecuras dos irmãos Castro, ditadores de Cuba. Não se trata exatamente do último tango em Buenos Aires, que fique claro, porque a tarefa do novo presidente é um brutal desafio econômico. Mas sem rodeios, parece que temos tudo para entrar na era política do “Quer me fuder, me beija.” A linguagem pode ser crua para muitos, mas a realidade é pior ainda. Ou não?
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