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República dos intocáveis

                Muito besta – confesso, pensei que apenas o lulopetismo conseguiria encruar na sociedade brasileira uma figura intocável. Durante algum tempo, Lula encarnou a indigesta posição de um semideus pairando acima do gentio tupiniquim. Quanta ingenuidade minha! Na prática, Luiz Inácio Lula da Silva provou ser um “nenê”, comparando com uma casta ditatorial, truculenta, agressiva e imoral, que se finca sobranceira, desafiando a lei e fazendo chacota da nação.

                Duro de engolir um Fernando Collor, verdadeiro monstro a devorar recursos públicos. Em perceptível lamaçal de corrupção, afirmou em tom desafiador, que o Procurador Geral da República, o corajoso Janot, é um “filho da puta”, assim mesmo com todas as letras para quem pudesse ouvir numa festa de arromba na residência de Heráclito Fortes.

                Collor, que não se emendou, acha que pode se safar do que bem entender. Não está sozinho, se junta a ele uma babel de ordinários acostumados a fazer o diabo, certos de que não serão punidos. São os mesmos de sempre! Sarney, que foi desmascarado “preto no branco”, no excelente livro de Palmério Dória: “Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na Era Sarney”. Renan Calheiros, que se eterniza participando de todas as paracutacas possíveis, tendo se dado ao luxo de sair pela porta dos fundos, para não ser cassado, e voltar falando grosso, se junta a cúmplices sobejamente conhecidos no submundo das propinas, para ameaçar profissionais que agem corretamente.

                Foi só a operação Lava-jato chegar a essas figuras que se mudou o rumo da prosa. Que nojo constatar que eles podem se aliar numa vigorosa, e eficaz, rede de proteção. Por essas e outras é que na festa junina de Heráclito não teve quadrilha. Não precisava!

                O que pensam estes personagens? Que somos, todos sem exceção, uma nação de beócios incapazes de distinguir a mínima equação entre certo e errado? Até quando, em seus devaneios milionários, acham que vamos suportar sua arrogância? Se o STF, no fim dessa lambança inacreditável, não lhe infligir castigo, algo vai acontecer. Estamos fartos!

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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