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O que Iris urge explicar aos goianos

       Se for verdade, que o maior líder do PMDB goiano  busca, em suas próprias palavras, “o bem maior para o Estado de Goiás e para o Brasil”, ele urge explicar pontos obscuros, e extremamente importantes, contidos em sua carta de renúncia. Caso contrário, as dúvidas que pairam prejudicam as pretensões do partido e deixam o eleitor na incerteza do real caráter entre os envolvidos no episódio que culminou, ou forçou Iris, a abdicar-se de concorrer ao cargo de Governador.

    Textualmente, Iris escreveu: “Nunca pensei que veria o PMDB dividido internamente e lançado ao mercado de especulações pouco republicanas. Já participei de muitas disputas internas no partido, nacionais e em Goiás, ganhei e perdi, mas sempre foram embates leais, pautados por ideais. Não quero, contudo, que meu nome seja instrumento de cisão desse partido, que é resultado do sentimento de muito goianos”.

         Vamos por partes. Primeiro, o que realmente significa o fato do PMDB ter se lançado ao mercado de especulações pouco republicanas? Mesmo com um texto que foi, premeditadamente, amortecido e suavizado, fica claro que “mercado” é um termo para designar compra e venda. Fica pior quando se atesta que essa, digamos assim barganha ou aquisição, foi realizada no ambiente de especulações pouco republicanas. Percebemos nitidamente que tudo foi urdido na falta de ética em ações reprováveis. Que deviam ser esclarecidas para que o povo não tivesse dúvidas sobre o caráter de quem deseja governa-los.

          Se for apenas uma birra de derrotado, que ele se desculpe e mostre que a interpretação não é correta. Deixar como está, fingindo que foi apenas um desabafo normal, é menosprezar a inteligência do povo de Goiás.

           A dizer que participou de disputas que perdeu ou ganhou “mas sempre foram embates leais, pautados por ideais.”  Torna-se óbvio, neste caso particular, que não houve lealdade e, pior ainda, que não existe ideal entre os envolvidos na contenda. Ora, se estamos lidando com gente desleal, sem o desejado norte dos ideais nobres, e isso antes de serem eleitos, o que será possível se obtiverem êxito nos destinos administrativos do Estado? São questões a serem devidamente apuradas.

    Afinal de contas, estamos falando de um homem sério, veterano nas ações e reações, e que deixou esse legado como uma espécie de ato final em sua participação nos pleitos majoritários. Não me parece viável que tenha sido irresponsável ou leviano. Teria sido infeliz no conteúdo do texto? Tese pouco factível. Está procurando alertar sem comprometer-se? Pode ser. Mas não seria uma atitude digna do Iris que eu conheço e o povão admira. Que tenha a coragem de sempre e esclareça.

Rosenwal Ferreira, jornalista e publicitário

facebook/jornalistarosenwal

twitter: @Rosenwalf

www.rosenwalferreira.com.br

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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