É impressionante constatar o oportunismo irresponsável de astros e celebridades, nacionais e internacionais, em assuntos sérios capazes de influenciar decisões e alimentar antagonismos. Como se o Brasil fosse uma republiqueta de bananas, somos vítimas de ingerências de gente que sequer sabe a diferença entre Brasília e São Paulo. Recentemente, até o ex-jogador Maradona, que não tem moral sequer para criticar prostitutas do submundo de Buenos Aires, deu na telha de condenar ações políticas da terrinha. O sujeito é um beócio que intercala sessões de recuperação por uso de drogas com apoio a ditadores sanguinários. Ao falar mal do Brasil ganha espaço e glória no âmbito da esquerda raivosa.
No circuito nacional toda sorte de aproveitadores desfrutam momentos de angústia nacional. A maioria dos famosos utiliza hipocrisia explícita para exigir o que não praticam. Eles foram, por exemplo, os mais ruidosos condenando à extinção do Ministério da Cultura, soltando fogo pelas ventas pela ausência de mulheres e negros na equipe ministerial. Nenhum deles, dos badalados atores globais ao emblemático Chico Buarque e “companhia limitada”, realizou um único evento, um mísero show, oferecendo ingresso grátis a mulheres e negros carentes. Suas performances são realizadas apenas ao deleite da burguesia que fingem criticar.
Na verdade, pode investigar, a demanda dessa gente por mordomias é um assombro. Os contratos celebrados garantem hotéis cinco estrelas, chefes que preparam pratos e iguarias especiais e atendem preferências dignas de marajás. O que desejam é apenas garantir benesses e sinecuras de uma classe, casta que se considera superior, tratada com mimos acima da média.
O pano de fundo, claro, é a defesa da cultura para os mais necessitados. Balela! O artista pobre, o talentoso que não possui respaldo e moral para garantir os benefícios da Lei Rouanet, vai continuar atolado no descaso. Quem se beneficia são os mesmos. A arraia miúda serve para o discurso fácil e as manobras que surtem efeito. Alguém se lembra de alguma dessas celebridades se engajando, com recurso próprio, numa cruzada em prol dos menos favorecidos? Que nada! São mestres em usufruir dos impostos do povão.
Os ingênuos ainda defendem, acreditando numa falácia, que a Lei Rouanet é boa porque não se trata de dinheiro do contribuinte. Que ilusão! Trata-se de renúncia fiscal de verba que pertence ao povo. Na prática só os poderosos é que conseguem convencer as empresas, via sua influência com exposição na mídia, a investir nos projetos. No arremate acaba sendo uma lei para atender quem não precisa. São poucos os casos de sucesso de artistas em ascensão. Mesmo assim, nunca com a grandiosidade, milhões de reais, que os influentes são capazes de captar.
E ainda vale destacar que alguns conseguem autorização para orquestrar puro lixo cultural. No entanto, no imaginário dos inocentes que acreditam em seus ídolos, vence a tese dos santos com o pé de barro. E assim segue a nação fingindo que o problema está apenas com a classe política. Eles são apenas parte do problema.
Pior indigestão é constatar que atores estilo hollywoodiano, como Sônia Braga e “companhia limitada”, que não amargam o cotidiano brasileiro e possuem uma visão turística da nação, na posição cômoda de quem está sob a proteção estilo USA ou em nações da Europa, se acham no direito de opinar denegrindo nossas instituições. Isso sim, é golpe!
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