Não importa a corrente política que ocupa os inacreditáveis e suntuosos corredores do poder, a cada dia cresce o “sopão” que alimenta, vergonhosamente, a babel de partidos políticos que assalta o País. Aqui, na certeza de que somos uma nação de patetas crônicos, criam-se agremiações com a mesma facilidade com que se liberam gases intestinais. É algo fétido!
Não é possível tolerar a existência de mais de trinta partidos, com mais de uma meia dúzia no forno dispostos a participar da orgia. Num governo que carece de apoio dos congressistas é quase impossível atender tantas bocas com disposição umbilical. A proliferação de ministérios foi para atender essa aberração da sociedade brasileira.
Nenhum país do mundo, o Brasil não é diferente, possui um leque tão amplo de opções ideológicas e/ou de propostas segmentadas. Não existe boa, ou má alma alguma, capaz de manter diálogo com tantos caciques. Cada sujeito miúdo que compra, ou se torna proprietário por esperteza, de uma sigla qualquer, se acha no direito de emparedar o governo.
Uma anomalia que provoca zorra em todas as esferas. Seja no âmbito federal, municipal ou estadual. A não ser para untar umbigos de egoísmo explícito, essa absurda salada não tem finalidade alguma para o cidadão que amarga a mais alta carga tributária do planeta, de longe a mais injusta e mal aplicada que existe. Somos reféns dos ordinários que barganham espaço na TV, ameaçam e chantageiam administradores.
Mas quando se fala em reforma política se termina por discutir segurança do galinheiro com as raposas líderes. Quem topa largar o osso? Ninguém! Os grandes não largam por que são poderosos. E, os pequenos por que são capazes de, juntos, melar qualquer acordo.
Eis um problema cuja solução depende da própria quadrilha que nos assalta. Ou será que alguém acredita que existem almas puras no controle das dezenas de partidos que promovem o caos, a baderna e as constantes crises? Sequer os chefões confiam uns nos outros.
Enquanto esse nó continuar, estamos fritos no andar de baixo. Os políticos estão muito bem, sim senhor. Tanto que em plena crise, com o desemprego atingindo dez milhões de brasileiros, conseguiram generoso aumento no tal fundo partidário. Que nojo!
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