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O fim da esquerda festiva?

Acostumado a surfar na onda junto aos poderosos, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) anunciou que vai se separar do Partido dos Trabalhadores (PT), no mais absoluto estilo divórcio com data marcada. Deixam os outrora generosos cobertores nas próximas eleições em 2018. Esse não é apenas um dos sinais claros de uma decadência que ameaça naufragar o poderoso feudo de Lula e Cia Ltda. Após Dilma ter sido chutada dos recintos palacianos, as torneiras pararam de jorrar uma dinheirama que muitos, ingenuamente, acreditavam não ter fim.

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a penúria que ronda o partido, que tem arcado com multas milionárias à Justiça Eleitoral (de uma só tacada pagou R$ 4,9 milhões por envolvimento em corrupção), a festa de 37 anos de aniversário deu um recado límpido. O que normalmente seria uma festa ruidosa, prestigiada e com a garra e charmes típicos da militância, teve ares de velório mal disfarçado.

A comemoração não foi apenas trivial, o que seria compreensível aos tempos de penúria, foi de uma tristeza que doeu nos gatos pingados que fizeram o esforço de comparecer. Num cenário tosco, auditório sem nenhuma vida, não havia estrelas. Apenas nuvens negras. Onde se meteram os artistas de renome, os intelectuais, os cantores, atores? Até a eterna Marilena Chauí, ao que consta, não deu as caras. Se esteve lá ficou muda, calada, sentada numa das cadeiras frágeis que serviram de consolo num auditório que sequer tinha ar condicionado. Quanta diferença das festas retumbantes de outrora.

É o fim da esquerda festiva? Nem tanto. A história nos permite prever, com boa dose de acerto, que os famosos “esquerdopatas” de plantão vão apenas migrar, buscando um pasto verdejante. Ficam no partido apenas aqueles que possuem fibra e tutano para manter o rumo sem as benesses do poder. Os mesmos que permitiram detonar o PT, e participaram do butim com dinheiro do povo, vão à procura de uma brecha que lhes permita continuar na farra. Foi sempre assim.

Os comunistas se deliciam com as dachas tupiniquins, mais do que dispostos a não plantar coisa alguma para colher os frutos sugando dos que aram o solo e semeiam. Isso até que o pomar esteja apenas com galhos secos. Foi assim na extinta União Soviética, seguiu no mesmo com Cuba e o ciclo se fecha na Venezuela, onde o povão sequer tem papel higiênico e Maduro segue pleno em regozijo.

Pode investigar os radicais da esquerda raivosa, a favor da extinção da PM e outras patifarias, se engalfinham para garantir sinecuras, são umbilicais no egoísmo e seu maior trunfo é viver à custa do contribuinte. Se isso não for possível caem fora. Levam muito a sério a continuação da festa, fingindo proteger as massas que utilizam numa manobra rasteira que nunca mudou. A esquerda festiva de um rei morreu? Viva a esquerda festiva do próximo monarca. Simples assim.

No arremate, anotem, se Lula mostrar-se viável, firme de volta ao trono, não haverá nenhuma candidatura própria. Imagine, dirão em discursos inflamados, quem somos nós a atrapalhar o mestre? Queremos apenas um bom naco do bolo. De preferência com alguém servindo canapés, vinhos de boa safra, num local sem nenhum suor.

 Rosenwal Ferreira

Jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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