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O divórcio de Iris é uma interminável angústia

Antes que o leitor possa tirar conclusões apressadas, ou esperar um artigo que fala de tricas e futricas nos lençóis de um casamento, é bom antecipar que o título acima não tem nada a ver com a vida matrimonial do eterno capo do PMDB. A vida de Iris com sua xará são favas que ninguém precisa contar porque não tem nada a ver com o interesse público. Nesse quesito, o casal se dá muito bem do jeitão deles e estamos conversados.

O que estamos analisando é a complexa dificuldade de Iris Rezende em abandonar suas atividades num angustiante processo que tem similaridades com um interminável divórcio. O veterano político só consegue respirar aliviado se estiver atuando, em ato de mando e comando, em alguma atividade pública de relevância. Parece ser algo tão crucial para sua sobrevivência que ele não consegue abandonar suas atividades sequer para curtir as delícias de uma vida de milionário.

Mesmo quem não curte sua intimidade percebe que afastar-se do osso, cada dia mais sem graça e difícil de roer, é uma separação que lhe dói na alma, como se ele, e a política, fossem irmãos siameses cuja cirurgia de ruptura pudesse vitimar um deles ou os dois.

É algo tão profundo que se torna digno de uma análise freudiana e, fosse Iris aberto a essa alternativa, boas sessões de psicologia transpessoal para ajudá-lo a libertar-se. Ao contrário do que alguns ainda podem achar, erroneamente, destaca-se deduzir que sua insistência não tem nada a ver com ganância, ambição ou motivos escusos. Iris tem gana de servir e mostrar qualidades de executor irretocável. É isso. Seu espírito está preso a essa ideia fixa. Precisa curar-se. Mas para ele, a cura está num cargo a ser ocupado.

Não duvido, na verdade até aposto nessa opção, que vá se colocar na corrida pelo trono da prefeitura. Não lhe incomoda a tunda que levou de Marconi, os atropelos com os colegas ou a dor na ressaca da derrota com ares de humilhação, apavora sua alma a possibilidade de falecer sem pincelar o último quadro de sua existência como se fosse um pintor à procura da obra perfeita.

Muito se critica o fato de Iris impedir o fortalecimento de novas lideranças. Essa gente não entende nada, ele não vive um centímetro além de sua própria roupagem. Para o bem ou para o mal, só enxerga no espelho a própria fisionomia como solução. Em sua concepção, com um bom fundo de verdade, o PMDB goiano sempre foi ele e continuará sendo até que seja enterrado. Sair de cena antes de bons metros de cova rasa, estaria permitindo  ser enterrado vivo. Algo que Iris não aceita. Sob sua ótica de enxergar está certíssimo. Boa sorte na eleição para prefeito da capital. Descansar não é para os deuses, que façam isso os mortais comuns.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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