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O caminho do inferno

“Existem apenas duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E não tenho certeza quanto ao universo.”. Dando razão ao cientista que eternizou uma foto de sua língua como irreverência às parvoíces humanas, a nação brasileira se afunda no caminho para o inferno. Como está começando a faltar pão, todos gritam e ninguém tem razão.

Parte dos insatisfeitos, mesmo que bem intencionados, saem às ruas engrossando multidões com um plano raso ao reivindicar tudo e nada ao mesmo tempo. No bojo dos enganos, vozes roucas pedem o afastamento da Presidente Dilma como se ela, ícone de todos os malfeitos nacionais, fosse o problema a ser resolvido. Não é.

O PT, seguindo de forma torta uma máxima de Nelson Rodrigues, percebeu a importância de ser honesto, e se fez de honesto por malandragem. A impostura durou pouco e os principais atores engordaram, envelheceram e se tornaram ricos burgueses. Indo com muita sede ao pote, entornaram o caldo e alguns já amargam prisão. Incompetentes até para roubar, afirmam os insatisfeitos. Mas apenas tirar o partido do poder, mantendo as mesmas práticas que permitem a corrupção, também não leva a nada.

Nas vísceras dessa lambança, tendo a líder máxima da nação com um pé na cova e o outro também, surgem os  oportunistas de sempre fingindo o papel de salvadores da pátria. Bobagem. Gente como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Cia Ltda., que sequer gostam da própria mãe. Eles se deliciam com as sinecuras do poder e pouco se lixam para o Brasil.

Os sindicatos, assim como a UNE e assemelhados, vivem na ilusão de que o Brasil não dá certo. Coisa de pessoa que não tem o que fazer. Uma invenção da imprensa. É a síndrome de avestruz na sua pior faceta. Acham normal, e até mandam alardear o feito, que a turma proteste a favor e à custa de churrasco, kit de boas-vindas e aporte de patrocínio das empresas públicas. Essa incoerência apenas camufla uma dura realidade: se não for por conta de mimos, poucos estão dispostos a defender o governo.

Os arautos do besteirol que clamam a volta dos militares são apenas adoradores do pesadelo. As forças armadas jamais entrariam numa outra roubada semelhante. Hoje, são apenas expectadores da agonia e para entrar em cena é necessária uma ruptura institucional de grande monta. Algo improvável no cenário atual.

Lula, o único líder com tutano para mobilizar as massas, se tornou refém de movimentos que estão longe de representar milhões de contribuintes. Mesmo considerado um exército de prontidão, o MST e seus filhotes não serão capazes de conter a revolta da nação. Quando muito, são ótimos para incendiar o País. E depois disso, fazer o quê? Tocar harpa como fez Nero?

Além disso, poucos duvidam que Luiz Inácio deixou de ser picado pela mosca azul do capitalismo dos milhões em conta corrente. Como palestrante mais bem pago do planeta, afundou o mito do metalúrgico preocupado com os pobres.

Com tudo isso, e ainda com o sistema bancário e a poderosa Rede Globo incomodados com uma carga extra de brasas a garantir o assar de suas  lagostas a serem degustadas com  caviar e vinho de safra nobre, completa-se o ciclo das inutilidades para recuperar e construir o País.

Quem vai segurar as rédeas? Até o momento, nenhuma pessoa. Poucos duvidam que muito vai piorar até setores lúcidos enxergarem a necessidade de uma visão republicana honesta. Mas, infelizmente, parece inevitável que múltiplas forças nos levem a uma catarse destrutiva para que surja algo de bom. Poderia ser diferente. Ainda pode. Mas ninguém abre mão do egoísmo. Ninguém.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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