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Mau-caráter não tem cura

 

Eu nunca fiz jornalismo para agradar facções ou indivíduos em particular. Evidente que, em algumas ocasiões, paguei caro por isso. Nunca me arrependi. Estou convicto que, em minha profissão, agir para bajular é o caminho mais curto para exercer mau-caratismo. Isso não significa que não tenha exercido o direito de adular, e defender –  sem babar ovo – quem entendo ser digno de meus elogios. Mesmo em tempos bicudos, em que parte expressiva dos jornalistas goianos achava imoral defender o capitalismo, eu nunca tive dúvidas em mostrar minha ojeriza pelo viés comunista.

            Os que defendiam o modelo cubano, ou a monumental farsa assassina da extinta União Soviética, agiam na certeza da própria pureza, justificando os horrores do modelo ditatorial como passagem obrigatória para eliminar as mazelas do capitalismo. São imperdoáveis por isso.

O mais interessante é que esse pensamento ordinário não se rende a fatos incontestáveis. Por exemplo: a maioria do povo da Venezuela já percebeu o engodo da chamada Revolução Bolivariana. A questão ideológica não tem nada a ver com o azedume e a decepção com Nicolás Maduro. O problema é que está faltando fraldas, papel higiênico, sabão, lâmina de barbear, cerveja e alimentos. Nessa situação fica impossível defender o regime que alardeava felicidade a granel.

E onde estão os “especialistas” que defendiam trazer a experiência para terras brasileiras? No mesmo lugar de sempre. Ou seja: no melhor dos mundos. Continuam no Brasil defendendo o direito de se implantar tirania e agruras econômicas em nome de uma ilusão, de uma desonestidade brutal. O pior é que acham esse comportamento a coisa mais normal do mundo. Negam a realidade em nome de um mundo que só existe nas suas cabeças, na utopia dos livros e nas discussões acaloradas em meio a queijos e vinhos de safra nobre.

            A minha conclusão é que os defensores desse estilo de socialismo não possuem nenhum compromisso com a vida real. Resguardam, na verdade, questões umbilicais, principalmente um Estado Gigantesco capaz de oferecer cargos e sinecuras aos amigos de plantão. São preguiçosos que vivem à custa do contribuinte, temem concorrência e sabem de sua incapacidade para sobreviver no mercado competitivo.

Não é uma surpresa que muitos desses ideólogos,  que apóiam  os regimes comunistas ou similares, sejam jovens descolados da realidade, mantidos por alguém que rala duro. Trata-se de uma moçada que raramente teme ficar sem o contracheque no final do mês  ou amargar sufoco para encher o tanque do automóvel. Isso para não falar dos parasitas domesticados que se escondem em sindicatos, na UNE, CUT, ou nos que agem em moldes de quadrilha no MST e seus filhotes urbanos.

            Se o que sustentam vai causar o inferno, pouco se lixam. Cercear a liberdade e eliminar a imprensa independente é uma  parte indissolúvel no vermelho de suas bandeiras. Causa nojo que se juntem a esses hipócritas um rol de celebridades libertárias, que jamais se misturam aos miseráveis. Apenas apregoam, aos outros, o que nunca vivenciam para si próprios. Perguntem a João Pedro Stédile se ele tem algum calo no pé vítima de marchas com sol a pino? Indaguem a Chico Buarque se ele curtiu Cuba racionando comida e pasta dental?

Na essência, tirando fora o fingimento para oferecer à plateia, odeiam os pobres. Mas em nome deles defendem que se mate, cerceie as liberdades, sufoquem  os jornalistas, desapropriem empresas que geram trabalho e riqueza, sendo que tudo vale porque os fins justificam os meios. De grão em grão, principalmente pela intimidação, são capazes de destruir tudo o que alguém criou. Voltar atrás, reconhecer erros, mudar atitudes e progredir, não faz parte de suas rotinas, são eternos valentes com o suor alheio. Definitivamente, mau-caráter não tem cura.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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