Mestre irretocável da sétima arte, o genial Charlie Chaplin afirmou o seguinte: “Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.” Por uma dessas razões que a síndrome de cachorro vira lata explicada no filme “A lei é para todos,” que mantém como linha dorsal fatos reais envolvendo a eterna novela da Operação Lava Jato, vem sendo bombardeado por críticos que ignoram, por má fé ou falta de profissionalismo, a essência de uma obra cinematográfica com base na realidade dos acontecimentos.
Interessante que alguns desses analistas, jornalistas encastelados na chamada grande imprensa, rejeitam aspectos pontuais do filme brasileiro em tópicos que consideram normal em inúmeras produções hollywoodianas. Chegam a apontar, como defeitos insanáveis, detalhes que não seriam compatíveis numa investigação cotidiana. Ora, convenhamos, trata-se de uma produção de cinema. Não é um reality show.
Apesar desse crivo, numa implacável campanha negativa dos especialistas, o longa dirigido por Marcelo Antunes superou a marca de um milhão de espectadores, numa demonstração de que o público optou por conferir e tirar suas próprias conclusões. Pontos para o consumidor brasileiro que demonstrou interesse por um assunto que, para o bem ou para o mal, já faz parte da história da nação.
Como o tema teve uma ampla repercussão internacional, resta saber se a película terá alguma aceitação em outros países, principalmente em quadriláteros que foram afetados pela investigação.
Aos que analisam a produção sob o tenso olhar político e ideológico, vale comparar com o filme “Lula o filho do Brasil”, que teve um orçamento milionário, alguns falam em 40 outros em 17 milhões, apresentado, digamos assim, num momento mágico ao ex-presidente, se tornou um fracasso de bilheteria. Sequer a militância petista, que poderia ter salvado o faturamento, se deu a pachorra de curtir as exibições que contou com elenco prestigiado e as forças poderosas do Governo Federal.
Desculpa superficial indica que a vida de Lula não gerou interesse por ser de conhecimento de todos. Fosse esse o motivo “A lei é para todos” teria sido um desastre completo. As exaustivas reportagens sobre a Operação Lava Jato são um pé no saco que poucos toleram acompanhar.
Evidente que o azedume de certos intelectuais, que torcem o nariz ao que o povo aplaude, jamais vai admitir qualidades na proposta objetiva que está cumprindo a sua intenção. Para essa gente, bom mesmo é aplaudir, com resenhas que dignificam, qualquer lixo com o selo do estúdios do Tio Sam. Principalmente aqueles em que detetives dirigem Ferrari perseguindo narcotraficantes em alta velocidade. Prender quadrilhas brasileiras fica sem graça. Merece repulsa dos especialistas. Pois é…
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