O jornalista e escritor inglês, Francis Wheen, escreveu um livro que foi traduzido com o título “Como a picaretagem conquistou o mundo.” No original, a palavra picareta leva o nome de “mambo-jambo”, o autor bem que poderia realizar um estágio em terras do cerrado para aprimorar sua tese. Por essas bandas, por razões diversas incluindo a afável hospitalidade do povo, prolifera uma espécie de culto à sacanice explícita, tornando o nosso território um oásis dos que usam o descaramento e falta de ética para ganhar a vida.
Em todos os rincões surge a turma que utiliza conceitos que tratam de palavras ou atividades tornadas complicadas desnecessariamente, e até misteriosas, mas que no fundo não querem dizer absolutamente nada. Soa familiar, não? Por incrível que pareça, esses cretinos dão o cano em algumas empresas, provocam falcatruas em outras, se afastam por alguns meses numa fazenda qualquer e depois voltam, na maior cara de pau, prontos para continuar sua babel de charlatanismo.
Mesmo que seu passado demonstre a erosão do bom senso, a ascensão das banalidades improdutivas e seus currículos comprovem falsas profecias e charlatanismo administrativo, ainda encontram empresários capazes de abraçar suas teses fajutas. O enrosco é que prometem mundos e fundos e conseguem fisgar incautos em sua aparente genialidade. Sua primeira providência, uma vez encastelados nas vísceras da empresa, é a de afastar profissionais íntegros capazes de ameaçar seus planos ou desmascarar a farsa em curso.
Alardeiam a possibilidade de resultados rápidos, em planos mirabolantes que sugam verbas, e dão um ar de modernidade num verniz de eficiência. Enganam por alguns meses, ou no máximo dois anos, e depois deixam dívidas num caixão de problemas. Regra geral: colocam em dúvida o trabalho de gente séria, desprezando auxiliares valorosos, se valendo de arrogância e falsos juízos. Causa espanto que esses espertalhões consigam enganar empresários honestos e de boa linhagem. Talvez porque ainda permeia entre nós o sentimento que Nelson Rodrigues chamou de “síndrome de cachorro vira lata”, o que vem de fora, ou tem ares de outro País, só pode ser melhor. Bom seria que o histórico desses bons de lábia pudesse ser rigorosamente investigado. Evitaria uma boa dor de cabeça e impediria prejuízos anunciados.
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