Artigos

E se a polícia cruzar os braços?

 

                Já afirmei, e repito como um mantra a ser reproduzido à exaustão: a polícia é a última barreira entre a sociedade organizada e a barbárie. Mesmo assim, num desprezo orquestrado por uma caterva de irresponsáveis, muitos travestidos de jornalistas e encastelados na imprensa, sempre dispostos a denegrir a imagem do policial, acusam-no do que não merece e perseguem a corporação, ao ponto de tornar a digna profissão impraticável.

                Note-se o fuzuê: são inúmeros os casos semelhantes, em torno do garoto de 10 anos baleado em renhida perseguição policial, após o roubo de um veículo. Por falhas sequenciais dos adultos, o menino já era “o cão”. Foi abandonado pelos pais e, ao que constam, eles mesmos envolvidos até os ossos em ações criminosas. Falhou o sistema que não foi capaz de auxiliar o menino, após vinte passagens com desatinos múltiplos.

                Por erro no controle de armas, que entram nas fronteiras do País como se fosse enxurrada sem trela, ele se fez perigoso bandido pronto a matar. Indigna-se feio, a legislação que acelera sinal verde para menores infratores e, assim sendo, incentiva a criação de quadrilhas mirins.

                Mas, no final, sobrou para quem? Para o único sujeito que cumpriu seu dever: o policial. O PM, que podia ter virado para outro lado, e se prestou a perseguir um turbinado de luxo, capaz de transformar o carrinho da polícia em sucata de morte, com vidros escuros e na incerteza colocando a vida em risco. Agora, pau nele! Quem mandou não ter uma bola de cristal e saber que ali, ao volante, era apenas uma criança? Está de brincadeira?

                Por essas e outras, reza-se a Deus, que policiais não cruzem os braços. Hoje entra numa fria quem trabalha sério. Sendo você leitor, o que faria? Trocaria tiros com gente “da pesada” para ser crucificado? Ou deixaria o larápio fugir em paz?

                Quantas vezes, e isso dói, presenciei como repórter, a PM ser recebida à bala, salvar-se por milagre, com balas zunindo e cortando a lata velha do carro, para depois ler no jornal a seguinte manchete: “em suposta troca de tiros, PM mata estudante.” Uma ova! Bandido morre e, para os parentes, claro, se torna frequentador de igreja, almejava ser bispo no Vaticano e o policial se torna suspeito.

                É bom avisar! Depois, será uma choradeira sem consolo. Ou nós passamos a apoiar a PM, acreditando primeiro nos valorosos companheiros de farda, e só depois, com investigação isenta, punir os desvios de conduta, ou a PM vai ter que cruzar os braços. Nenhuma profissão anote: nenhuma suporta a injustiça da carga atual.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

Deixe seu Comentário

Clique aqui para comentar

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.