Ninguém sabe os motivos que levaram o pai da senadora Gleisi a impedir, de forma contundente, que ela seguisse a vida como freira, um desejo que a jovem estudante do colégio Medianeira, de formação jesuítica, teve que abandonar e nunca mais falar no assunto. Hoje, há quem afirme que a decisão pode ter origem na Bíblia: Mateus 6:24 – “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.
Folclore ou verdade, o fato é que o convento perdeu uma devota e o Partido Comunista ganhou uma adepta fervorosa das teses que nunca deram certo em nenhum lugar do planeta, mas gente como a senadora jura que vai dar certo em terras tupiniquins. A ambiciosa Hoffmann, que fez sua carreira sempre mamando nas tetas do contribuinte e jamais conseguiu mostrar competência na iniciativa privada, tem motivos umbilicais para defender um Estado forte, capaz de aninhar uma babel de incapazes de vencer pelo mérito, na saudável competitividade cotidiana.
Mas tudo bem. Faz parte do jogo democrático aceitar suas escolhas pessoais. O que não dá para entender são posições que flertam com a insanidade, hipocrisia ou má fé explícita. Ao defender, para a raivosa plateia da esquerda radical no tal fórum de São Paulo, o governo do presidente Maduro, num momento em que Venezuela afunda numa visível e absurda crise, Gleisi Hoffmann causa arrepios.
Como não dá para servir a Deus e a Mamon, o que se pode deduzir da contundente proteção, justificando assassinatos, perseguições, destruição das instituições, censura à imprensa e outros descalabros de Nicolás Maduro? Que ela não só justifica como concorda com os arroubos ditatoriais da chamada Revolução Bolivariana.
Por dedução lógica, Gleissi Hoffmann, apesar do fracasso retumbante, ainda luta para implantar o mesmo tipo de regime em terras brasileiras. Lamenta, e afirma isso sem nenhum pudor para uma plateia em êxtase que ignora os fatos, que Nicolás Maduro não tenha implantando ainda um projeto que todas as nações democráticas censuram.
Atolada até o pescoço em práticas de corrupção, com investigações em curso no STF, a senadora petista enseja o quê? Que um ditador de plantão possa salvar o seu pescoço? Ou entende, numa lógica do terror pela maldade sem propósito, que o modelo da Venezuela será útil na destruição que seu partido deixou pela metade?
Sequer Lula, mestre em jogar para a plateia, pode hoje se dar ao luxo de esconder o brutal contexto Venezuelano. Nenhuma alma em sã consciência acredita que o naufrágio em curso naquele País pode ser evitado. Mesmo assim nos aparece uma senadora, que tem formação cultural para analisar estatísticas incontestáveis, disposta a engrossar o bloco do cinismo irresponsável. Que se danem os milhões de trabalhadores venezuelanos que passam fome, padecem sem remédios e são assassinados quando exigem direitos fundamentais.
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