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Porsche é melhor do que mulher?

O imbatível publicitário Washington Olivetto foi o Judas da vez na rede de internet porque ousou uma palestra inteligente. Como “isca” para atrair a atenção do público-alvo e com sua experiência causar uma marola controlável, afirmou que um Porsche era melhor do que uma mulher, considerando que, entre outras vantagens, todo o sujeito pode ter mais de um turbinado, mas não pode ter mais do que uma mulher, pode vender o possante se não estiver satisfeito e enfatizou que todo proprietário de Porsche tem mulheres e o contrário não é verdadeiro.

A provocação surtiu o efeito desejado e, muito embora tenha causado a ira de feministas e gente que não entende do babado, serviu para colocar em pauta a verdadeira intenção do veterano mestre. Ele queria mesmo era criticar os exageros da turma que se acha politicamente correta e dos que sugam as causas sociais com viés do oportunismo.

Ele foi muito feliz na “armadilha” que desenvolveu para atrair os holofotes e tocou numa questão que merece uma quilometragem extra. Jogou na fogueira, criticando na dose certa, o termo “empoderamento feminino”. De fato, o vocábulo está sendo utilizado ora como essência para a existência de Deus, ora para dar vazão às obras do capeta. Ou seja: sendo utilizado para tudo e acaba se estabelecendo no rol das definições difusas.

Como está na moda, o empoderamento justifica queimar o guisado de propósito no almoço de domingo, deixar o noivo a ver navios no altar, seguir a carreira de domadora de circo ou deixar os filhos com a mãe e se mandar para Marrakesh. No duro, já presenciei tantas análises envolvendo o verbo que só posso concordar com Olivetto, que o classifica como um “clichê constrangedor”.

Mesmo que o significado clássico seja algo que se refere ao ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem, alguém decidiu que se trata de uma ação que se presta apenas ao baú das justas reivindicações femininas. O homem não pode ter empoderamento, como o fez Washington, sequer para questionar os abusos na terminologia.

Para os que demoram, ou não querem sacar a verdadeira essência das coisas, evidente que Olivetto não acha Porsche melhor do que mulher. Duvido que, na hipótese de uma escolha, trocaria a esposa por uma máquina tinindo de zero. Ele sabe, com a sensibilidade que já mostrou possuir, que automóveis não devolvem beijos ardentes, não afagam ninguém em momentos que exigem ternura e, menos ainda, são cúmplices no pranto em dias de sufoco.

Se você, tendo levado a brincadeira à sério, é dos que batem no peito e acham que um Porsche é mesmo superior a uma mulher, na certa não merece nem um nem outro.

 

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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