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A curta e desastrosa carreira de Orlando de Morais

Segundo consta, o compositor Orlando de Morais foi um menino prodígio que, aos quatro anos de idade, manifestou raro talento em terras do cerrado e encantou os parentes ao tocar piano de ouvido. Sua genitora, chamada carinhosamente de “mãecema” criou meia dúzia de filhos pregando o amor como o bem maior da humanidade, a força contra todos os males.

Quem entende do riscado afirma que sua carreira vive de espirros e que ele sobrevive no ramo graças à valiosa catapulta da esposa famosa, a atriz de cinema e TV Glória Pires. Eu, que mal consigo assoviar no chuveiro e jamais consegui tocar gaita, apesar de tentar ao desespero, considero o artista um prodígio no segmento em que atua.

O seu fracasso, num gesso que envergonharia o legado da matriarca da família, se enrosca no segmento da especulação imobiliária. Sua carreira na área é um desastre, com registro histórico de arrepiar gerações.

Numa jogada de marketing que até hoje espanta os especialistas em impacto ambiental pela natureza surpreendente, rápida e difusa na aprovação, o casal pop faturou os tubos loteando uma fazenda nos arredores da capital. Quem acreditou no projeto imaginou um lugar tranquilo, aprazível, com todas as estruturas dignas de um Shangri-La. Foi assim que os folders e outdoors venderam o produto com firme presença dos artistas globais.

Infelizmente, as famílias que acreditaram na jogada amargam uma realidade diferente. O quadrilátero hoje, apesar de honrosas pessoas que ali residem e trabalham duro, é um foco de problemas no mais absoluto estilo Deus nos acuda.

Como está num cotovelo da cidade, na periferia das periferias, enferruja na insegurança, estilo favela do Rio de Janeiro, território fértil para traficantes, ladrões de residências e controle do crime organizado. Quem se lixa? Orlando de Morais para salvar a honra e o nome da família? Tudo indica que não. Faturou alto, escafedeu-se e ninguém jamais o viu por aquelas bandas.

O quadrilátero foi abandonado à própria sorte. Para azar de quem sonhou alto e não possui alternativas. Nas palavras de um veterano policial: “o lugar é um pesadelo para os profissionais em segurança pública.” Sem investimento adequado, com estrutura caótica para atender um núcleo muito grande de famílias, tornou-se um monstro de sete cabeças.

A solução dos graves problemas que corroem a vizinhança implica em verbas e aporte de policiais numa magnitude que nenhum administrador pode arcar. Pois é. Que tal Orlando fazer um show, piano é difícil de ser surrupiado, para chamar a atenção e socorrer a angústia das famílias na “cidade” que leva o seu nome e sobrenome? Ou será que vai lavar os dedos e influenciar o mesmo time de vereadores, os irresponsáveis que permitiram a criação do assombroso loteamento, a apenas mudar o nome da aldeola? Hoje seria difícil encontrar quem topa ceder o nome familiar para tal empreitada. Que vergonha, Orlando de Morais. Como diz o ditado: Quem pariu o Mateus que o embale.

 

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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