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Os goianos não merecem

Para o azar dos goianos de boa índole, o bonde da história realizou uma indigesta parada em nosso estado. Pela primeira vez desde 1988 o STF, Supremo Tribunal Federal, ordena prender um deputado e o belzebu tinha que ser registrado em terras do cerrado. José Tatico (PTB) foi condenado a sete anos de prisão, em regime semiaberto, por sonegação e apropriação indébita. Ele merece. O nosso povo não.

Pelo rol de destemperados que se transformou em notícia ruim nacionalmente, com domicílio em Goiás, a impressão é que somos a escória política da nação. Figuras como Delúbio Soares, epicentro do mensalão, Euler Ivo e Isaura Lemos e suas maracutaias mostradas à cores em reportagens do fantástico, os diatribes de José Nelton e, mais recentemente, os arroubos indignos do prefeito Ricardo Fortunato que faz “sucesso” no youtube, sopram ares de que somos um Zé povinho ordinário. Não é bem assim.

Regra geral, poucos rincões do país oferecem um exemplo tão família, que preza a dignidade em seu mais amplo espectro, quanto o nosso Goiás. A safra de aéticos, com síndrome do banditismo, brota justamente porque somos contra prática desonestas. Ao perceber a podridão que se tornou expressiva parte da classe política, os bons se afastaram.

A prática se tornou uma atividade de risco. Poucos são os honestos capazes de enfrentar as raposas que fingem cuidar do galinheiro. Nesse vácuo surgem os oportunistas e os larápios de ocasião. Se de um lado a condenação de Tatico, cuja atividade lodaçal ultrapassou todos os limites, nos envergonha para sempre na biblioteca da história, de outro pode ser um marco na real possibilidade de extirpar todos os que sujam o moral de nossa terra.

Se a participação na política voltar aos bons tempos de um Mauro Borges, Venerando de Freitas, Paulo Campos e outros ícones da moralidade, a ala do bem pode se animar. Do jeitão que foi se arrastando, com um cardápio que nivela receitas por baixo, era de se prever o afastamento de quem se preza. Cadeia nos corruptos é um santo remédio. Em todos eles seria o nirvana.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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