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Dilma é uma caixa preta

A vitória moral do primeiro turno na eleição presidencial foi de Marina Silva. Com seu jeitão brejeiro, mas sem menosprezar a cultura, a moça deu uma lição moral ao lulo-petismo que a tratou como um farrapo desprezível. Foi ela, com recursos mínimos e carisma admirável, que derrotou a arrogância do presidente. A derrota política de Luis Inácio foi límpida e cristalina. A maioria da população não lhe deu alforria ditatorial. Na soberba de uma aprovação acima de 80%, ele confundiu popularidade com legitimidade.

No segundo turno Lula vai cometer mais um erro violento. Já ordenou cancelar suas viagens internacionais para se tornar peão de obra da campanha de Dilma. Sendo essa a tática, a empertigada Rousseff vai continuar sendo uma caixa preta inviolável. Até agora, após anos de campanha, ninguém sabe ao certo que apito ela toca.

O país conhece Lula e tem noções do que ele é ou não capaz de realizar. Dilma é uma esfinge a ser desvenda. Mantém segredos intocáveis. Apenas para citar um deles, talvez o mais emblemático, a ninguém é dado acesso aos autos do processo que levou Dilma Rousseff à prisão. Os documentos estão lacrados em um cofre da presidência do STM (Superior Tribunal Militar).

O sigilo é tão grande que nenhum dos grandes jornais do país, mesmo os que tentaram obter informações via jurídica, conseguiram autorização para isso. Já pensaram a existência de um documento sigiloso envolvendo o passado de José Serra? Seria liberado aos milhares e com direito a transmissão ao vivo.

Como se trata de uma mulher poderosa, que ao seu bem entender cheira as barbas do presidente Lula, é possível manter o assunto em segredo inviolável. Por essas e outras é que a nação está acordando. Não estamos reelegendo Lula. Os votos são para uma espécie de poste sua estimação. Mas temos o direito de saber se o tal poste ilumina, se vai dar choque ou se tem a base podre.

Mesmo que a frase não tenha existido, ou foi tirada de um contexto, pegou mal à Dilma imaginar que nem Jesus Cristo seria capaz de lhe tirar a eleição. A voz do povão é o bafo de Deus. Vale lembrar uma frase, repetida por Lula no escândalo de Erenice Guerra: “é possível enganar muitos por um longo tempo. Mas jamais enganar a todos infinitamente”. Ou Dilma revela o que existe na caixa preta ou vai perder numa virada histórica.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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