As bravatas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo quando discursa a uma plateia dócil e sob restrito controle, são tão folclóricas quanto previsíveis. Mesmo assim, na última investida para reduzir danos à sua imagem em decadência, ele vociferou exageros que requerem o socorro de psicólogos e psiquiatras. Com sua voz rouca de sempre, veias ressaltadas de rancor, “vermelho” e “cuspindo fogo pelas ventas”, arrotou uma pérola que ninguém esperava.
Afirmou em alto e bom som: “não existe uma única alma viva neste país mais honesta do que eu, seja na Polícia Federal, igreja católica, evangélica, sindicato ou entre vocês.” No caso ele se referia aos blogueiros a serviço do PT. Eu, heim? Já pensaram o ego do cidadão? Muito embora o tópico tenha se tornado viral, com amplas repercussões negativas, ainda merece análises peculiares. Uma delas é que Lula estabelece uma espécie de ranking da honestidade. Como se honrar a ética cotidiana fosse um atributo de olimpíada. Ele, em sua própria avaliação, teria pares iguais, no máximo em empate técnico, nunca alguém capaz de superá-lo.
Ao usar a palavra “alma”, ou seja, o conjunto de faculdades psíquicas, morais e intelectuais de um indivíduo, “espírito”, Lula não cometeu um ato falho. O homem, na sua arrogância se considera um iluminado. Ao se nivelar à nata de líderes religiosos e desafiar milhares de trabalhadores de segmentos importantes, o faz de peito erguido acreditando na própria desfaçatez. Não se trata de um parlapatão inofensivo. É um ardiloso e persuasivo orador. Basta um breve “recall” histórico para entender que alma encarna em tipos como Lula. Fidel? Hugo Chaves? Antônio Conselheiro? Mussolini? Fernando Collor? Não importa! O que me parece claro é que são figuras carismáticas, capazes de inflamar as massas, persuadir, criar um exército de seguidores fiéis que beiram ao fanatismo.
Negar a inteligência de Luiz Inácio Lula da Silva é uma injustiça. É justo reconhecer que ele teve e continua tendo, uma importância fundamental em um conjunto de fatores políticos e econômicos reconhecidos. Mas, em um dado momento deixou-se abater por excesso de vaidade e apego ao poder. Não se contentou com os louros de elogios merecidos. Imaginou ser possível eternizar-se na função de mando e comando. No arremate, apegou-se a um falso juízo típico da mediocridade em que se atola a politiquice brasileira. Essa que nos faz acreditar que honestidade é um atributo especial, uma virtude capaz de qualificar o cidadão. Não é! Honestidade, para quem foi criado em berço adequado, é um encargo natural como escovar os dentes, tomar banho, respeitar pai e mãe e outros afazeres naturais. Nada que merece ser alardeado aos quatro ventos. Simples assim!
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