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Não importa que a culpa seja do mordomo

O maior avalista das diatribes do PT, que agiu de olho na perpetuação no poder, foi inegavelmente o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que usufruiu das benesses palacianas, se esquivando nas sombras, como fazem os mandantes de um crime ao deixar o papel sujo para o pistoleiro de aluguel. Portanto, sem ilusões, o atual Presidente Michel Temer, com sua difusa turma de gângsteres, foi cúmplice do assalto que o Partido dos Trabalhadores (PT) engendrou para arruinar os cofres da viúva.

Com sua verve demolidora, o falecido Senador Antônio Carlos Magalhães, um boçal que conhecia bem os seus pares, o apelidou de mordomo de filme de terror. Certamente não previu que o codinome viria a calhar anos após sua morte. Assim como nos clássicos da novela policial, o mordomo é o principal culpado. E daí?

Eis que essa constatação, hoje, não significa que se possa concordar com a tese do “Fora Temer”. Como bem analisou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, promover a cassação de Temer seria uma emenda pior do que o soneto. Arremata com um alerta que faz coro a todos os que pretendem salvar o País: colocar em risco a situação vigente em consequências negativas.

Esse é um dilema nacional que urge se avaliado, não com a tese do quanto pior melhor, aliás, um desejo da esquerda raivosa, mas de olho nas terríveis consequências. Uma eleição indireta, prevista na constituição, jogaria a escolha do futuro presidente no colo dos políticos encastelados em Brasília.

Nem precisa ser um gênio para deduzir que não seria exatamente uma troca. Apenas mais do mesmo, justamente quando o País começa a tomar fôlego. Ninguém merece. No papel atual, o presidente tem o dever de acertar por ser essa sua única salvação. Até Lula, que perdeu os anéis e luta em desespero para salvar os dedos que lhe restam, já enxergou que Temer pode ajuizar o desgaste que o futuro mandatário terá que arcar.

Não fosse Dilma uma toupeira irascível, movida por incapacidade crônica, não seria o caso de jogar o governo dela pela porta dos fundos. O ideal seria que a mulher pudesse finalizar seu mandato. O problema é que a ela só faltava uma harpa para tocar. Como um Nero de saias, recusava todos os conselhos vendo o Brasil arder em chamas. Sua expulsão do poder foi dolorosa, controvertida, um golpe, chame do que bem entender, mas inevitável.

O dilema com o governo tampão de Michel é diferente. Só não enxergam isso os ingênuos, fanáticos, ou lunáticos que se lixam para milhões de desempregados. Fora isso, quem tem bom senso, quem diria, reza para que o mordomo não seja preso ou expulso do Palácio, cena do crime imperfeito.

Rosenwal Ferreira

Jornalista, Publicitário e Terapeuta Transpessoal

 

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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