Sob o ponto de vista político, o Brasil está derretendo e eu me dedico a falar de um tema que, para o brasileiro em geral, parece tão distante quanto pisar na lua. Em todo caso, principalmente considerando que já existem casos de importação de mulheres robôs para o deleite sexual, o assunto merece considerações. Faço notar que a tecnologia avança tão rápido que atropela legislações e regulamentos.
O Dr. Noel Sharkey, professor emérito de robótica e inteligência da Universidade de Sheffield (Reino Unido) tem advertido o governo e mostrado sua preocupação sobre os robôs criados para fins sexuais. Ele acredita que esses cyborgs podem gerar um impacto econômico e social imprevisível.
Para se ter uma ideia, a Abyss Creation, de San Diego, nos Estados Unidos, fabrica uma boneca robô chamada Real Doll, com material de silicone que imita a pela humana, bastante realista e em tamanho natural. No fim do ano, a empresa vai lançar a Harmony, um exemplar com inteligência artificial. Ela terá a função de mexer a cabeça e os olhos e poderá até falar por meio de um aplicativo conectado a um tablet. A empresa já lançou o aplicativo, que permite aos usuários programarem voz e o “astral” da boneca.
Nem precisa dizer que esse “astral” implica em erotismo que, em tese, dispensa as mulheres de carne e osso. No Japão, as tais bonecas, produzidas e adquiridas na maior confidencialidade, oferecem beijos ardentes e um desempenho para homem nenhum botar defeito. E qual o problema?
A questão é que essas criações podem influir no faturamento das prostitutas, na diminuição do consumo em restaurantes e, principalmente, evitar a gravidez. Ninguém é capaz de prever as consequências dessa cadeia de reações.
O pior cenário é o de tornar as pessoas, os homens principalmente, mais egoístas e independentes do relacionamento com o sexo oposto. Evidente que, para muitos, atrai a possibilidade de uma parceira “ideal”, que não reclama, não tem TPM, não gasta, fala só o necessário, não envelhece e tem apenas o custo inicial alto. Baixa manutenção e alto prazer são algumas das promessas.
Entre os prós e contras, que apenas começam a ser discutidos, surge a utilização desses brinquedos sexuais para as seguintes funções: “robôs prostitutas” que poderão trabalhar em bordéis, companhia para pessoas solitárias ou idosos, como um novo modelo de “cura sexual”, terapia sexual para estupradores e pedófilos.
O último item já preocupa as autoridades tanto que, no Canadá, já existe uma corrente disposta a impedir a aquisição e manutenção de um robô criança para atividades ligadas ao sexo. Motivo: o fato pode induzir à pedofilia ao invés de tratar o desajustado.
De qualquer forma o tema entra em pauta. Sob o ponto de vista tecnológico não está longe, nem fora de cogitação, o dia em que o sujeito se enche da mulher e diz: “Cansei, tô fora, vou comprar uma mulher robô para colocar no seu lugar”. Não é mais ficção. Mas vão surgir os homens robôs? Claro. As más línguas dizem que muitos já são e não sabem.
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