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A câmara municipal de Goiânia e revolta dos otários

 

             Mesmo tendo sido escrita no século 1 Antes de Cristo, uma advertência de Lucrécio se molda como uma luva ao iluminar de 2017: “ No inicio dos tempos era a fome que trazia a morte: agora, ao contrário, é a abundancia que nos destrói. Naquela época, os homens muitas vezes ingeriam veneno por ignorância; hoje em dia, mais bem instruídos, eles se envenenam uns aos outros.”

       Protagonizando mais uma dessas manobras sórdidas que sempre marcaram a politiquice brasileira, o ex Presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira (PSDB), veterana raposa com décadas de experiência, tentou marcar uma reunião, no último dia do ano, para decidir assuntos que podiam afetar milhões de contribuintes. Deu errado.

     O mais interessante é que o ardil só não prosperou porque os otários de sempre, nós os contribuintes que pagamos a maior carga tributária do planeta, de longe a mais injusta e mal aplicada, demonstramos uma contundente revolta. Se ela foi incentivada pelo campeão de votos, Jorge Kajuru, e alguns vereadores conscientes como a Dra. Cristina, não faz diferença. O fato que mostramos cansaço e repúdio a esse estilo lodoso, sujo e repugnante no trato com a casa das leis.

   O assunto, que para muitos é uma página virada que se resolveu em 2016, com vitória do bom senso, nos remete a 2017 nas armadilhas do mesmo naipe que se antecipa e denúncias que devem ser levadas a sério. Alguns vereadores, incluindo os neófitos que se dizem independentes, estão sendo cooptados a envenenar o que resta em qualidade de vida na capital.

    Ao que consta, gente que se mostrava acima de qualquer suspeita entrou na folha de pagamento dos barões da especulação imobiliária, com a disposição de liberar construções assassinas no último cinturão verde que abraça a capital. Os irresponsáveis nessa empreitada, graúdos conhecidos que possuem residência em outros países, babam imaginando a possibilidade de destruir, e com isso faturar alto, obtendo lucros no quadrilátero próximo a Universidade Federal de Goiás.

     Poucos se lixam com fato, já comprovado por diversas pesquisas, que o adensamento populacional na região vai afetar e comprometer o lençol freático da capital.

    Como se fosse um câncer que espalha sem controle se cristalizou, de forma assassina, na gestão passada de Iris Rezende, um monstrengo batizado de Orlando de Moraes, num aperitivo de favelização – apenas para o deleite econômico de grupelhos, destaca-se do que se pretende realizar se a empreitada não for contida.

    Agora pode ser mais difícil, a safra de babaquaras, como se percebeu no golpe fracassado do final de ano, está indócil. E mais: o atual presidente da Câmara Municipal, Andrey Azeredo, mesmo sendo cria de Iris, tem um pedigree diferente. Sei disso porque acompanhei sua infância e adolescência vendo sua mãe, Jornalista Raquel  Azeredo, mostrando, e demonstrando na prática, a arte da ética, da honra e da probidade moral. Não vai ser para agradar patrões sazonais que ele venderá a alma ao diabo. Assim espero.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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