Inegável que as diversas ferramentas envolvidas na comunicação via internet (Google, Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram e etc) representam um significativo avanço nas amplas possibilidades de aprendizado e comunicação entre os seres humanos. Pena que algo tão extraordinário esteja sendo aos poucos, mas com ignóbil consistência, destruído por usuários sem ética e sem critério.
Muitos, sem perceber a gravidade de suas tacanhas participações, transformam um mar de oportunidades num fétido esgoto. Boçais de ocasião, ignorando que podem ser processados com legislação pertinente, se acham encobertos pelo anonimato e, na dupla ignorância, espalham mentiras, calúnias, provocam desafetos com frases chulas e, pior ainda, se prestam a difundir fake news com ares de notícias sérias.
Essas distorções, que nada somam e apenas sugam credibilidade, minam o que poderia ser o maior trunfo da sociedade produtiva. Não fosse esse lamaçal de inconsequências, poderíamos vislumbrar novas frentes de resistência popular para assuntos produtivos e eficiência no trato das coisas públicas.
O que se reflete, entretanto, como se fosse um espelho quebrado e coberto de fungos, são os confrontos ideológicos infrutíferos, as quizilas particulares, as ameaças pueris e os xingamentos sem propósito. Enfim… de útil quase nada.
Mas não é assim em qualquer país? Não se trata de algo inerente a horrenda natureza humana? Afirmo que não. Em análise com amigos que mantenho em diversos cantos do planeta: locais tão distantes quanto a Nova Zelândia; ou tão próximo quanto o Chile; também mais ao norte no Canadá; ou quem sabe, na distinta Inglaterra ou nos cinturões da zona rural na França. Todos me informam que existe mais cautela, menos agressividade. E embora as invencionices também existam, são exceções e não regras.
Urge reavaliar posições, entender o que estamos destruindo e traçar novas formas de participação. Não é possível, como acontece com muitas atividades em solo pátrio, que vamos arruinar algo tão importante.
É uma tarefa coletiva de extrema significância. Por estas e outras que é de se louvar, como bom exemplo, a OAB de Goiás em sua campanha para reduzir, e quem sabe eliminar de vez, a urticária envolvida nas fake news. O lixo que se transformou o conteúdo da internet não interessa a ninguém. A não ser aos que torcem contra a real possibilidade das massas assumirem as rédeas de seu destino.
Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta trans-pessoal
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