Um dos itens da rigorosa norma internacional, referendada pela comunidade médica brasileira, exige que o paciente saiba que se trata de uma operação experimental e que, por esse motivo, o médico não deverá receber pela intervenção realizada. Segundo informações do confiável senador Demóstenes Torres, ao operá-lo o cirurgião Ludovico deixou claro que se tratava de um tratamento com eficiência a ser comprovada. Vários outros pacientes satisfeitos, que colocam o esculápio do cerrado num pedestal, confirmam está valiosa informação.
Infelizmente, para o azar da comunidade científica local e agonia dos atuais responsáveis pelo Conselho Regional de Medicina, a própria defesa do cirurgião reprova sua conduta. Inúmeros clientes, incluindo satisfeitos e descontentes, comprovam que ele recebeu generosos honorários. Como é que fica?O CRM ignora? Se deixa levar pelo arrastão da mídia, pelos elogios do Faustão, Kajuru, Demóstenes e outros?
A queda-de-braço é uma violência contra os responsáveis por coibir ações que atropelam o indispensável método do trabalho científico. Se não agirem abre-se um precedente perigoso. Acontecendo uma punição, que segundo consta antecede infrutíferas tentativas de um acordo na seriedade que o assunto exige, estará em curso um danoso confronto com a mídia e inevitável pressão dos leigos. Essa realidade será, anotem, mais um carma para os irretocáveis especialistas goianos.
Admirador confesso da classe médica de meu Estado, certo das boas intenções e genial habilidade do dr. Áureo Ludovico, não entendo suas contradições éticas. Seguir os melindres da ciência é um caminho difícil e sem dúvida menos rentável. Mas são esses escrúpulos, que superficialmente parecem exageros, a separar a raça humana de macacos, ratos e cobaias utilizados nas pesquisas.
Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário.
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