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De Caetano Veloso a mãe com pernas abertas

Perto do talento de Caetano Veloso eu sou uma ameba de terceira categoria. Questionar suas qualidades artísticas beira a heresia. Só não consigo entender, porque certamente me faltam condições intelectuais para tanto, como um adulto com parafusos normais pode sentir afeto, em nível de excitação carnal, por uma garotinha de 13 anos ao ponto de casar se com ela.  Essa revelação, não importa se foi alardeada pelo brucutu do Alexandre Frota, arranhou minha fecunda admiração pelo líder do tropicalismo. Sei que muitos o defendem com argumentos plausíveis. Ainda assim, o específico tópico me enoja. Não importa como e quando ocorreu.

Minha aprovação não faz diferença, claro. Caetano Veloso está surfando em onda de elevado astral. Mostrou esperteza de marketing ao jogar uma isca que toda a imprensa abocanhou. Jogou-se no olho de um previsível furacão, anunciando um show em local inapropriado, certo de que seria barrado e, assim sendo, poderia gritar: censura! Perseguição! Ditadura! Sorry periferia, agora só podem curtir meu talento  pagando os tubos para assistir Caetano e família nos melhores anfiteatros do País.

Poucos conseguiriam ajeitar uma propaganda espontânea com tamanha ousadia e efetividade. Pontos para um mestre que, à época, já fazia marketing usando perucas amalucadas. Parabéns? Pode ser. Mas será que precisava mesmo?

Pior ainda, mas com o mesmo efeito no estardalhaço na mídia, foi o Deputado Givaldo Carimbão, uma jamanta do Alagoas, que usou a tribuna na Câmara dos Deputados para dar uma de Linda Blair do nordeste e vomitar sua gosma contra o Ministro da Cultura, desejando que a mãe do mesmo fosse exposta nos museus com a perna aberta.

O sujeito miúdo até os ossos, ganhou projeção nacional ao alardear que iria fazer uma bagaço de lei que, assim espero, jamais vai ser levado à sério. É mais um que se lambuza na controvérsia, na provocação, sabendo que o Brasil aceita o besteirol explícito, mesmo que seja uma atração circense, dando ares de coisa séria.

Onde vamos parar? Não vamos! É o sucesso na orgia do improdutivo. Ajuda a camuflar coisas importantes e dividir a nação. O receio mesmo, tanto de Caetanos quanto de Givaldos, é de que possamos nos juntar em pontos que nos unem e não focar no que nos separa. Neste canteiro eles teriam pouca ou nenhuma germinação. No ritmo atual vão fazer escola. Anotem.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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