Entenda-se por voluntarismo quando um indivíduo que se acha poderoso, até tem razões para achar isso em função do cargo que ocupa, decide ir contra instituições muito bem estabelecidas e com raízes profundas no comportamento e desejos humanos. Nós queremos melhorar nosso bem-estar, gostamos de ter e exercer a liberdade de pensar e criticar, gostamos de viver dentro da democracia e de um sistema econômico que permita a tomada de decisões relativamente descentralizadas.
O voluntarismo soviético durou 70 anos, ruiu e não deixou sequer um nome de cidade ou de rua para contar a história de seu fracasso. O Fernando Henrique Cardoso, com o câmbio fixo por quatro anos, resultou em um desastre econômico sem precedentes. Só depois de janeiro de 1999, e com muito sofrimento, o Brasil passou a trilhar o adequado caminho da responsabilidade fiscal.
A principal virtude do mundo em que vivemos foi impor limites mais rígidos ao voluntarismo. Ainda assim, trata-se de um fenômeno semelhante aos acidentes, é possível reduzi-los, mas jamais extingui-los. Eis que agora estamos diante do voluntarismo de Bolsonaro. Já sabemos o desfecho, só não sabemos quando eclodirá.
Fonte: Veja
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