Internacional

Em mais um indício da retirada descoordenada, Biden cogita estender prazo final para tropas americanas deixarem o Afeganistão

O presidente Joe Biden tentou persuadir o público americano e seus aliados internacionais de que a retirada das tropas americanas do Afeganistão não foi precipitada e inevitavelmente resultaria nas cenas caóticas como as testemunhadas durante a semana no aeroporto de Cabul.

No segundo discurso em três dias, Biden se mostrou convincente até a página 2. Ao admitir que cogita postergar o prazo final de 31 de agosto para a saída dos militares, ele deixou explícito que a execução da retirada de americanos e de afegãos ameaçados pelo Talibã não foi planejada e ordenada, como deseja fazer crer.

Prova disso é que o governo americano ativou no domingo a Frota Aérea da Reserva Civil, determinando que 18 voos comerciais ajudem na empreitada de realocar milhares de americanos e aliados afegãos e suas famílias. O presidente comemorou o fato de 28 mil pessoas terem sido retiradas do Afeganistão desde o dia 14 — 11 mil em apenas 30 horas.

Mas ainda é cedo para assegurar que nenhum americano ou afegão vulnerável ficará para trás, como ele insiste em repetir. A realidade caótica em Cabul e a sensação de abandono de quem colaborou com os EUA nas últimas duas décadas contradizem qualquer garantia que Biden possa dar.

“Não há como evacuar tantas pessoas sem dor, perdas e sem as imagens de partir o coração a que assistimos na TV”, argumentou o presidente, para responder às críticas de que lhe faltou empatia com os milhares de afegãos na rota de fuga do país pelo aeroporto de Cabul.

A atabalhoada saída do Afeganistão, 20 anos ocupado por forças americanas e agora sob o jugo do Talibã, custa caro à imagem de Biden. Pela primeira vez desde a posse, sua popularidade cai a menos de 50%.

 

Uma pesquisa divulgada no domingo pela rede CBS confirmou a avaliação negativa dos americanos à sua execução: 74% dos entrevistados desaprovam a forma como a retirada das tropas foi feita, seguida pela humilhante vitória do Talibã e pelo pesadelo retratado no aeroporto da capital.

Combalido pelos números, criticado por partidários e cobrado por aliados europeus, o presidente, no entanto, não se dá por vencido e mantém-se inflexível em sua decisão: passou da hora de sair de uma guerra “que perdeu o sentido” com a morte de Osama bin Laden, há mais de dez anos.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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