A presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía de Oliveira Alencar, falou ao Jornal Opção sobre a chegada dos testes rápidos para Covid-19 às farmácias e drogarias. Ela explica que, para oferecer o serviço, esses locais precisam contar com uma sala específica de serviços farmacêuticos.
“As farmácias que já contam com essa sala terão mais facilidade para se adaptarem e começarem a fornecer o serviço de testagem rápida, seguindo as normas estabelecidas pela Anvisa”, explica Lorena, ao detalhar que as farmácias na capital ainda não estão realizando a testagem. “Também é preciso fazer uma avaliação comercial, se compensa ou não”, completa.
Além da estrutura física, para ofertar os testes é preciso avaliar a capacidade de atendimento e seguir as notas técnicas que visam resguardar tanto os profissionais quanto a população. “A área privativa para a realização do teste não pode ser a mesma onde são aplicados medicamentos injetáveis”, exemplifica a presidente do CRF-GO.
“Também é preciso seguir um procedimento operacional padrão para estabelecer em que situações esse teste pode ser feito dentro da farmácia, quais são as características que o cliente deve apresentar no momento da coleta. Além disso é preciso criar um mecanismo de registro e rastreabilidade dos casos, sendo os dados informados as autoridades sanitárias”, detalha Lorena.
Os pacientes e profissionais também devem utilizar EPIs durante o procedimento, alerta o CRF-GO. “Acredito que na próxima semana, principalmente as farmácias maiores, equipadas com salas de serviços farmacêuticos, que tiverem interesse em oferecer o serviço já estarão em pleno funcionamento”, adianta Baía.
Para quem o teste rápido é indicado
A presidente do Conselho Regional de Farmácia ressalta que o teste rápido não é confirmatório, ou seja, não faz o diagnóstico do paciente. “Ele não serve para dizer se a pessoa está ou não doente. Caso o resultado seja positivo ele apenas revela que a pessoa teve contato com o vírus, não necessariamente naquele momento da testagem”, pondera.
“Esses testes tem a sensibilidade baixa e apresentam um índice alto de resultado falso negativo. Um resultado negativo não significa que a pessoa não tem a doença e isso é preocupante, pois o vírus pode apenas estar inativo”, diz Lorena, ao demonstrar preocupação sobre os efeitos que isso pode acarretar, como o relaxamento do cuidado e consequente transmissão a outras pessoas.
O resultado positivo também não revela se a pessoa está doente naquele momento. Por isso, a orientação e buscar auxilio médico em caso de resultado positivo para que seja avaliado o quadro clínico do paciente e realização de exames laboratoriais. “A testagem rápida é um auxílio ao paciente para que ele busque outro atendimento”, acrescenta.
Experiência ao redor do mundo
Por fim, a representante do CRF-GO explica que os testes rápidos foram utilizados com sucesso em outros países, em outro momento e não no pico da pandemia. “Ele foi utilizado após o pico para verificar quem desenvolveu imunidade e como medida para o formulador de políticas públicas para a saúde usar para liberar as pessoas da quarentena. Mas não nesse momento que estamos vivendo, que é o pico”, conclui.
Fonte: Jornal Opção
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