Internacional

Os americanos queriam sair para comer novamente, e todos pagaram o preço disso

EMBARGO: No electronic distribution, Web posting or street sales before Wednesday 3 a.m. ET Aug. 12, 2020. No exceptions for any reasons. EMBARGO set by source.** A crowd gathers outside bars and restaurants on Friday, Aug. 7, 2020, in downtown Nashville, where masks are required by law and signs encourage social distancing. Governments and restaurant owners wanted to get back to business, but bars and restaurants have become a focal point for clusters of COVID-19 infections. (William DeShazer/The New York Times)

Em meados desse ano, no verão americano, bares e restaurantes que tanto sofreram com a quarentena obrigatória e o fim de sua receita abriram suas portas para os clientes, milhares dos quais ansiavam por tigelas de salgadinhos, drinques em copos exuberantes e hambúrgueres suculentos servidos com cebolas reluzentes.

Mas os ganhos no curto prazo levaram a perdas mais amplas. Dados de estados e cidades indicam que muitos surtos do coronavírus nas comunidades durante o verão tiveram origem nos restaurantes e bares, frequentemente os principais ambientes de contágio para os americanos.

Na Louisiana, cerca de um quarto dos 2.360 casos registrados no estado desde março que não ocorreram em lugares como asilos e prisões tiveram lugar em bares e restaurantes, de acordo com dados estaduais. Em Maryland, 12% dos novos casos no mês passado remontam a restaurantes, de acordo com o rastreamento de contatos, e, no Colorado, 9% dos casos em geral remontam a bares e restaurantes.

Não se sabe ao certo se uma parte dos funcionários transmitiu o vírus aos colegas ou aos clientes, ou se foram os clientes que trouxeram o vírus para o estabelecimento. Mas os focos preocupam as autoridades de saúde porque muitos funcionários de bares e restaurantes em todo o território dos Estados Unidos estão na casa dos 20 anos, podendo levar o vírus para casa e transmiti-lo dentro do lar, a exemplo do que se viu nas semanas mais recentes no Oeste e no Cinturão do Sol.

Desde o fim de junho, vários restaurantes populares em todo o país (incluindo episódios em Nashville, Tennessee; Las Vegas; Atlanta e Milwaukee) tiveram que fechar temporariamente por causa de casos registrados entre os funcionários. Texas e Flórida também tiveram que fechar bares no verão depois que um surto de novos casos paralisou novamente parte desses estados. Em uma semana recente em San Diego, 15 dos 39 novos casos registrados em comunidades decorreram da exposição ao vírus em restaurantes. E em Washington, capital, os casos começaram a aumentar novamente depois que a cidade liberou a abertura dos salões dos restaurantes.

Em Nova York e em muitos outros lugares, seguem proibidos os salões dos restaurantes, que se revelaram muito mais perigosos do que as mesas e balcões externos. Os epidemiologistas concordam que os salões dos restaurantes e, particularmente, os bares, são ambientes onde a probabilidade de início de um surto é muito maior do que nos ambientes externos.

“Até o momento, nenhum surto de coronavírus nos EUA parece ter sido causado pela exposição em ambiente externo”, disse Lindsey Leininger, pesquisadora de políticas de saúde e professora da Faculdade de Administração Tuck, da Universidade Dartmouth.

Em Spokane, Washington, 24 clientes e um funcionário, em sua maioria com idades entre 19 e 29 anos, tiveram resultado positivo para o vírus. São casos ligados a um restaurante mexicano, apesar de as autoridades locais de saúde terem confirmado que o estabelecimento praticava todos os métodos de prevenção recomendados.

“São um fator que temos de aprender a administrar”, disse Kelli Hawkins, porta-voz da secretaria de saúde de Spokane.

Desde o início da pandemia, alguns segmentos da economia, principalmente o atendimento de saúde (e os asilos) e o processamento de carne, responderam por uma grande proporção dos casos em muitos estados. Mas conforme cidades e estados buscaram a reabertura e com muitos donos de restaurantes lutando para sobreviver, o vírus acabou contaminando o processo. Quando o coronavírus finalmente chegou ao último condado da Califórnia que ainda não tinha registrado casos, a remota Modoc, no extremo nordeste do estado, a origem do contágio foi um restaurante basco no meio do nada.

Enquanto milhões de funcionários e bares e restaurantes que foram demitidos durante a quarentena aguardam desesperadamente a oportunidade de voltar ao trabalho, muitos se viram presos entre chefes que os querem de volta tão logo seja possível e clientes que não levam a sério as regras de segurança, como o uso de máscaras e o distanciamento social.

fonte: Estadão

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

Deixe seu Comentário

Clique aqui para comentar

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.