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Irã acusa Israel por ataque contra instalação nuclear

O Irã acusou Israel nesta segunda-feira (12) de estar por trás do ataque contra o complexo nuclear de Natanz e prometeu vingança. A imprensa israelense diz que o Mossad é responsável pelo ciberataque.

Um dia após classificar o ataque de domingo (11) como “terrorista”, o país confirmou que centrífugas de enriquecimento de urânio foram danificadas, sem dar detalhes do estrago causado.

O incidente ocorreu um dia após o Irã acionar novas centrífugas no complexo Chahid-Ahmadi-Rochan de Natanz, apesar de a ampliação da capacidade nuclear ser proibida pelo acordo firmado em 2015.

O apagão acrescenta uma nova incerteza nos esforços diplomáticos para tentar salvar o acordo nuclear, do qual os Estados Unidos saíram em 2018.

Foto de satélite mostra a instalação nuclear iraniana de Natanz em 7 de abril de 2021. Irã diz que complexo nuclear iraniano foi alvo de 'terrorismo' — Foto: Planet Labs Inc. via AP

Foto de satélite mostra a instalação nuclear iraniana de Natanz em 7 de abril de 2021. Irã diz que complexo nuclear iraniano foi alvo de ‘terrorismo’ — Foto: Planet Labs Inc. via AP

 

A declaração do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, é a primeira acusação oficial contra Israel pelo ataque, que cortou a energia no complexo nuclear.

“A resposta para Natanz é se vingar de Israel”, afirmou Khatibzadeh. “Israel receberá sua resposta por seu próprio caminho”, disse o porta-voz iraniano sem detalhar a ameaça.

Israel não assumiu diretamente a responsabilidade pelo ataque, mas a imprensa israelense diz que o apagão foi causado por um ciberataque “devastador” orquestrado pelo país. A emissora pública Kan disse que o Mossad (o serviço secreto do Estado de Israel) estava por trás do ataque.

A Organização de Energia Atômica Iraniana confirmou ontem o apagão no complexo, mas afirmou que o ato de “terrorismo antinuclear” não deixou vítimas nem contaminação. O local é o principal centro do programa nuclear iraniano e já foi alvo de outros ataques.

Foto de 5 de novembro de 2019 mostra centrífugas na instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do Irã — Foto: Organização de Energia Atômica do Irã via AP

Foto de 5 de novembro de 2019 mostra centrífugas na instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do Irã — Foto: Organização de Energia Atômica do Irã via AP

 

Khatibzadeh afirmou que ainda é “muito cedo” para determinar os danos materiais causados pelo ataque. “É preciso inspecionar cada centrífuga para ter um balanço dos danos”.

O porta-voz também acusou Israel de sabotar as discussões em andamento em Viena sobre o retorno do Irã ao acordo nuclear de 2015, do qual os EUA saíram em 2018.

Com a saída dos americanos, o Irã começou a descumprir o acordo em 2019, e observadores internacionais alertam que o país vem acelerando as violações ao tratado nos últimos meses.

Ataques ao programa nuclear iraniano

Autoridades que falaram sob condição de anonimato ao jornal “The New York Times” dizem que a explosão foi um duro golpe para a capacidade do Irã de enriquecer urânio e que pode levar pelo menos nove meses para restaurar a produção de Natanz.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, afirmou que o complexo nuclear será reconstruído com máquinas mais avançadas. “Os sionistas [Israel] queriam se vingar do povo iraniano”, afirmou Zarif. “Nos vingaremos dessa ação”.

Natanz já foi alvo de sabotagem no passado. O vírus de computador Stuxnet, descoberto em 2010 e considerado uma criação conjunta de EUA e Israel, já interrompeu e destruiu centrífugas no complexo.

Em julho, o complexo nuclear sofreu uma explosão misteriosa em sua avançada fábrica de montagem de centrífugas e mais tarde as autoridades iranianas descreveram o incidente como sabotagem.

O Irã também culpou Israel pela morte em novembro do cientista que iniciou o programa nuclear do país.

Fonte: G1

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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