Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, o Ministério da Economia projeta avanço de 7,9% em 2021. No Boletim Macrofiscal divulgado em julho, a previsão era de 5,9%. O número está acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 5,25%, com centro de 3,75% e piso de 2,25%. A escalada da inflação levou o mercado a prever a inflação a 8% em 2021. Há uma semana, as previsões apontavam avanço de 7,58%. A inflação foi a 0,87% em agosto — o maior salto em 21 anos —, e acumulou alta de 9,68% nos últimos 12 meses. Para 2022, a SPE estima que o IPCA feche com alta de 3,75%. Em julho, a previsão apontava avanço de 3,5%. Os analistas do mercado também mudaram para cima a estimativa do IPCA do próximo ano para 4,03%, ante projeção de 3,98% na semana passada. Para 2022, a autoridade monetária nacional persegue a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 14, que a autoridade monetária vai levar a Selic para onde for necessário para cumprir a meta da inflação, mas que o “plano de voo” não será alterado a cada nova divulgação de dados econômicos de alta frequência. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na semana que vem para debater a taxa básica de juros da economia. Em agosto, o BC elevou a Selic para 5,25% ao acrescentar 1 ponto percentual. Em nota, a autoridade monetária sinalizou novo aumento da mesma magnitude. A alta da inflação, no entanto, levou analistas a preverem alta mais robusta, na casa de 1,25 ponto percentual. “A gente tem um instrumento que vai ser usado na forma que precisa ser usado. Nós entendemos que podemos levar a Selic até aonde precisar para ter convergência da meta [de inflação]. Isso não significa que o Banco Central vai reagir a cada dado de alta frequência”, disse o presidente da instituição.