Felipe Cardoso e Francisco Costa
Há, no alto escalão do MDB goiano, um time empenhado em convencer Ana Paula Rezende (MDB) a se candidatar na disputa do ano que vem. Fontes consultadas pelo O HOJE não titubearam ao comentar o assunto: “estamos focados”. Ana Paula é vista, especialmente entre os caciques, como alguém capaz de chegar à disputa já como favorita.
Uma segunda fonte ligada ao partido conversou com a reportagem sobre o tema. Ao ser abordada sobre outros possíveis nomes que poderiam chegar à disputa pela sigla, disparou: “amigo, esqueça isso. Estamos focados na Ana Paula como plano A, B e C… Mas como [a disputa] está longe, ela vai se resguardar para não começar a apanhar antecipadamente [da oposição]”, explicou.
Conforme mostrado pelo O HOJE em reportagens anteriores, o governador Ronaldo Caiado (UB) se comprometeu a apoiar o atual prefeito, Rogério Cruz (Republicanos), caso o gestor consiga se viabilizar como candidato forte. Ainda que o cenário seja esse, um emedebista disse que isso não implicará em qualquer preocupação para o partido.
“Nunca um governador fez prefeito em Goiânia. Nem mesmo o Marconi com quatro mandatos nas costas. Caiado vai apoiar o Rogério que tem dificuldades até no próprio partido?”, considerou.
Há, ainda, quem ouse arriscar que caso Ana Paula decida disputar o apoio do governador à sua candidatura seria “automático”. Conforme mostrado pelo O HOJE, um membro do alto escalão do partido chegou a dizer que existe um “compromisso” por parte do governador com a política.
“É uma questão natural. Ela não sairia sem o apoio do governador e o governador não apoiaria outro nome com ela na disputa. O Caiado tinha uma amizade com o Iris, prometeu que o ajudaria a manter seu legado, não temos dúvidas que se a Ana Paula decidir entrar, o apoio do governador será automático”, disse.
O fato de Daniel Vilela, presidente do MDB em Goiás, ocupar a vice no governo também ajudaria a “naturalizar” essa suposta aliança. Alguns vão além ao avaliarem que Daniel quer, mais do que ninguém, isso. A começar pelo fato de ter se sentido escanteado por Cruz quando ainda esperava realizar em Goiânia uma espécie de ‘gestão compartilhada’ logo após a morte de Maguito, o que, todos sabem, não funcionou e terminou com o desembarque do MDB da gestão Cruz.
Ana Paula, vale lembrar, carrega uma identidade política forte. É uma liderança ‘de berço’ do MDB. Naturalmente, avaliam a maioria dos consultados, poderia sair na frente pela herança política que leva. Outro detalhe observado pelos entusiastas de seu nome é que Ana Paula não apenas conhece todas as lideranças, como não possui nenhum contencioso em relação aos demais partidos, o que poderia facilitar possíveis composições.
Fala-se, em paralelo a tudo isso, que a própria Ana Paula nutre interesse em disputar. No entanto, por questões familiares, teria optado por refletir até o último segundo. “Acontece que ela não pode demorar muito. Se for disputar, precisa antecipar essa decisão pelo simples fato de que temos que trabalhar sua candidatura na cidade”, disse um emedebista ao revelar preocupação com o fator tempo.
O HOJE
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