Há cerca de um mês, a indígena e transexual, Majur Traytowu, de 30 anos, se tornou oficialmente cacique da Aldeia Apido Paru da Terra Indígena Tadarimana, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, após o pai de 79 anos se afastar do cargo por problemas de saúde.
Segundo reportagem do G1, Majur começou a se descobrir como transexual aos 12 anos e, aos 27 anos, quando a família fundou a Aldeia Apido Paru, passou a ajudar o pai nas tomadas de decisões. “Nasci em um corpo de homem, mas com espírito de mulher”, relatou a cacique transexual.
A reserva indígena Tadarimana possui cerca de 800 indígenas divididos em sete aldeias, com área de, aproximadamente, 10 mil hectares. Na adolescência, a indígena conta que foi convidada a participar de reuniões, eventos e outros assuntos da comunidade. Segundo ela, os indígenas sempre a aceitaram.
Em 2017, Majur concluiu o ensino médio e passou em uma prova em Goiânia para cursar fisioterapia e antropologia, ao mesmo tempo em que também foi aprovada em um processo seletivo para agente de saúde indígena, optando por ficar e trabalhar na aldeia como agente e agora com o posto de cacique.
Liderança da aldeia
Majur tem cerca de 20 irmãos por parte de pai e de mãe. Segundo o G1, os caciques são escolhidos por votação que, geralmente, acontece a cada dois anos, mas Majur assumiu a liderança da aldeia, logo após o afastamento do pai, sem que tenha ocorrido uma eleição.
De acordo com a líder indígena, os demais membros aceitaram a substituição. “Todos me deram total liberdade para tomar as decisões das coisas, mesmo sendo o filho caçula”, explicou.
g1
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