Internacional

Cinco conclusões sobre o novo gabinete do primeiro-ministro japonês

Tokyo (Japan), 16/09/2020.- Newly elected Japanese Prime Minister Yoshihide Suga (C) poses with his cabinet members after their first cabinet meeting at the prime minister's official residence in Tokyo, Japan, 16 September 2020. Suga was elected as the new prime minister at Lower House's plenary session on 16 September. (Japón, Tokio) EFE/EPA/YOSHIKAZU TSUNO / POOL

Yoshihide Suga anunciou o novo gabinete do Japão nesta quarta-feira, 16, horas depois de ser formalmente eleito primeiro-ministro pelo Parlamento. Como no gabinete de Shinzo Abe, é dominado por integrantes do Partido Liberal Democrata.

Mais da metade dos novos ministros tem mais de 60 anos, apenas duas são mulheres e ninguém do setor privado o integra. Suga sucede a Abe, que cumpriu um mandato recorde de quase oito anos consecutivos como premiê, antes de renunciar devido a problemas de saúde. É possível tirar algumas conclusões do novo gabinete:

1. ‘Abenomics’ segue firme

O Ministro das Finanças de longa data, Taro Aso, permanece em seu papel, indicando que Suga manterá sua promessa de manter e avançar com a política monetária de Abe e posição fiscal flexível, conhecida como “Abenomics”. Yasutoshi Nishimura, o ministro da Economia que supervisionou a resposta do país ao coronavírus, também mantém seu posto, assim como o ministro do Comércio, Hiroshi Kajiyama.

2. Onde está o ‘Womenomics’

O número de mulheres do antigo gabinete permanece em dois, ou cerca de 10% do total de cargos. Isso fica aquém da meta de Abe de fazer com que elas representem 30% dos cargos de liderança até este ano, sem mencionar sua promessa de ajudar as mulheres a “brilhar”. Suga fez pouca menção às políticas para reduzir uma das maiores disparidades salariais de gênero no mundo desenvolvido durante sua campanha pela liderança do partido. O seu partido tem lutado para recrutar e promover mulheres, e apenas cerca de 7% dos membros da câmara baixa são mulheres. A idade média dos membros do gabinete é de 61, com três membros na casa dos 70, incluindo o próprio Suga.

3. Burocratas, cuidado

Suga, autor de um livro sobre como controlar a burocracia do Japão, disse repetidamente que deseja quebrar as barreiras entre os ministérios e as agências. Ele nomeou Taro Kono como ministro da reforma administrativa, colocando um dos pesos-pesados do partido na função de efetuar mudanças. Como ministro da Defesa, Kono cancelou este ano a implementação de um escudo de defesa antimísseis devido a preocupações com custos, uma medida que se mostrou popular com o público. Suga escolheu Takuya Hirai, conhecido por sua experiência em TI, para liderar uma campanha para digitalizar o governo.

4. Cultivando a política externa

Em contraste com Abe, que visitou cerca de 80 países como primeiro-ministro, Suga tem pouca experiência com diplomacia. Depois de quase oito anos de relações exteriores ditadas em conversas de líder para líder, mais responsabilidade pode agora recair sobre os ombros do ministro das Relações Exteriores, Toshimitsu Motegi. Seu currículo inclui a negociação do acordo comercial da Parceria Trans-Pacífico e, mais recentemente, o acordo comercial Japão-Reino Unido.

5. Conexão de Taiwan

Suga escolheu o irmão mais novo de Shinzo Abe, Nobuo Kishi, para ser ministro da Defesa. A nomeação pode irritar a China, já que Kishi é conhecido por seus laços estreitos com Taiwan, que Pequim vê como parte de seu território. Kishi visitou Taipei recentemente em agosto como parte de um grupo de legisladores que se encontrou com o presidente Tsai Ing-Wen durante uma viagem para lamentar seu falecido antecessor, Lee Teng-Hui. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, parabenizou Kishi por seu novo cargo e lembrou o Japão de se abster de desenvolver laços oficiais com Taiwan.

fonte: Jornal Estadão

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

Deixe seu Comentário

Clique aqui para comentar

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.