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Biodigestor gera sustentabilidade, energia e economia para produtores rurais

Senar Goiás realiza treinamentos para desenvolvimento de equipamento que gera produção de biogás e biofertilizantes, um dos eixos de sustentabilidade do agronegócio.

Maurício Queiroz inspeciona aves produzem 300 ovos diariamente | Foto: Reprodução

Encontrar uma forma de reduzir os gastos e colaborar com o meio ambiente. Foi com esse objetivo que o Senar Mais, um programa de assistência técnica e gerencial do Senar Goiás, resolveu levar para alguns produtores rurais da região de Senador Canedo, formas de construir e aderir ao biodigestor, um compartimento fechado no qual ocorre a decomposição da matéria orgânica gerando diversos subprodutos.

O produtor Rural, Djalma Antônio da Silva, 48 anos, foi um dos que participaram do treinamento organizado pela Cooperativa Dos Produtores Rurais de Senador Canedo, em parceria ao Senar Goiás. Em sua propriedade, ele cria índio gigante (uma raça de galo), 20 vacas leiteiras, além da plantação de pimentas. Do campo ele tira o sustento da família, que leva para as feiras do município queijos, conservas de pimenta e até frango caipira.

Só que para produzir tudo isso, o gasto mensal com energia elétrica para as chocadeiras e resfriador de leite gira em torno dos R$ 700 por mês. E visando economizar, Djalma resolveu investir na instalação de placas fotovoltaicas e, agora, o gasto caiu para zero. O produtor também já vai começar a instalar um pequeno biodigestor na propriedade, o que vai ajudar no tratamento dos dejetos dos animais e para a produção de energia.

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“Minha propriedade é altamente sustentável. Hoje faço a captação de energia solar, aplico isso no aquecimento de parte das chocadeiras de pintinhos e para o resfriamento do reservatório de leite, que é coletado a cada 2 dias pela indústria. Esse equipamento vai me ajudar no descarte adequado das fezes dos animais, que depois de colocados no biodigestor soltam o metano, que gera gás, que poderei usar na cozinha, no aquecimento e outros lugares”, conta o produtor rural.

Com a rápida expansão da cidade, a chácara do Maurício Queiroz acabou sendo engolida pelos bairros que foram criados em Senador Canedo. Atualmente ele trabalha com a criação de uma raça nova de aves, que é a GSB, conhecida como galinha sertaneja, e com a produção de ovos. Mas esses animais acabam gerando mau cheiro, o que pode incomodar os vizinhos. Por isso, assim que soube, quis aplicar o biodigestor em sua propriedade, e serviu de modelo e ponto de treinamento para os demais participantes da cooperativa.

Toda a produção da chácara retira uma média de 300 ovos por dia. E o produtor também faz genética simétrica das aves, que é enviada para o Brasil inteiro. “Esse biodigestor vai me ajudar na redução do mau cheiro, já que terei onde destinar os resíduos das galinhas. Mas a melhor parte para mim, e que vai gerar gás. Eu gasto muito com energia para aquecimento dos pintinhos. Esse gás vai servir para o criatório, e para a granja”, comemora Mauricio.

Geração de Energia Renovável

O slogan do Senar Goiás – aprender fazendo – não é em vão. Segundo o instrutor de treinamentos de Biodigestor do Senar Goiás, Heleno Martins Cunha, a melhor maneira de capacitar esses produtores rurais e explicando toda a teoria de funcionamento do equipamento, e depois ensiná-los na prática sobre quais matérias utilizarem para construir o próprio biodigestor em suas propriedades.

“A finalidade do biodigestor é dar uma destinação correta para os resíduos dos animais. Isso porque a maioria dos produtores rurais jogam os dejetos no meio ambiente, contaminando o lençol freático, fora o mau cheiro, insetos e roedores que podem aparecer. Então o correto é fazermos a destinação desses materiais dentro do biodigestor, um equipamento que não tem contato com o meio ambiente”, exemplifica Heleno.

O instrutor explica que o equipamento pode ser feito de PVC, Lona, alvenaria, ou de concreto, o importante é que seja um material impermeável, e que não possibilite o contato dos dejetos com o solo ou com o meio ambiente. “Quando construído, o produtor resolve um problema, e em contrapartida tem dois subprodutos. O biodigestor gera o biofertilizante, e o Biogás”, complementa o técnico do Senar.

Para Heleno, um dos principais benefícios dos biodigestores é a geração de biogás a partir da fermentação da matéria orgânica. Esse biogás, composto por dióxido de carbono e metano, pode ser utilizado para produzir energia térmica ou elétrica. Dessa forma, produtores têm utilizado essa fonte renovável para reduzir custos com energia elétrica e contribuir para a preservação do meio ambiente.

“Após 40 dias esse material também se torna um adubo natural para as plantas. Já o biogás pode ser utilizado para cozinhar, abastecer um trator da propriedade rural, ou de uma maneira mais ampla, até produzir eletricidade através de uma usina termoelétrica”, aponta Heleno.

Benefícios Ambientais e Socioeconômicos

A utilização de biodigestores na suinocultura não apenas contribui para a redução de odores e a geração de energia limpa, mas também promove práticas sustentáveis que agregam valor à atividade agrícola. Além disso, o aproveitamento de subprodutos como biofertilizantes enriquece o solo e beneficia a agricultura.

Outra tendência empolgante é a transformação do biogás em biometano, um combustível sustentável que pode ser utilizado em veículos movidos a combustíveis fósseis. “Isso não apenas oferece uma alternativa mais limpa, mas também contribui para a redução das emissões de carbono e a mitigação das mudanças climáticas”, comenta Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás.

“Muito dos meus familiares têm chácara e não sabem como destinar corretamente os dejetos dos animais, então a minha intenção é conscientizar as pessoas ao meu redor. É claro que estou de olho no biofertilizante para minhas suculentas. Isso vai ajudar na continuidade dessa produção, me fazendo crescer mais, e produzir mais mudas para as vendas na internet”, comemora Sandra Brito, 46 anos, que já trabalha há dez anos com a produção de plantas suculentas em Aparecida de Goiânia.

Esse biofertilizante também será um grande benefício para o Júlio César Martins Moreira, de 33 anos, que produz plantas ornamentais. “Agora terei onde descartar os dejetos em num lugar que não vai começar a gerar odor, e não vai prejudicar o nosso meio ambiente, e nem nossa água que consumimos. Muito positivo saber que tudo vai render um gás vai render o gás e o biofertilizante para as minhas plantas e meu viveiro”, conta o produtor de Leopoldo de Bulhões.

O HOJE

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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