Política

“A cidade precisa ser pensada de forma plena, em todas as áreas”

Samuel Almeida, 47 anos, é candidato à Prefeitura de Goiânia pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros), em chapa com coligação com o Podemos.

Nesta entrevista, ele comenta os resultados da pré-campanha em Goiânia e no estado, e aponta chance de vitória para os candidatos que apresentem propostas para um eleitor que estará mais atento e informado pelas redes sociais.

Para o candidato do Pros, não haverá polarização em Goiânia entre as chapas do PSD e do MDB, abrindo espaço para uma nova via política. Ele também expõe detalhes do plano de governo que está montando, focado no que chama de gestão de excelência.

Samuel fala também da experiência como deputado estadual e presidente da Assembleia, além de passagens pelo Executivo, como quando Secretário de Governo da Prefeitura, em 2018, na gestão de Iris Rezende, o teriam preparado para tentar a cadeira de prefeito na eleição deste ano.

Como o sr. analisa o resultado das convenções? Especificamente, que balanço faz das articulações do Pros neste final de pré-campanha?

Essa eleição, é a primeira de muitas que virão, diferenciadas. Primeiro, uma participação muito grande de partidos que estarão disputando. Eu creio que tem registrado, hoje, 15 candidaturas. Será uma eleição muito mais debatida do que as anteriores. Os partidos ainda estão fechando (as chapas), tem o prazo do protocolo, do registro, enfim, é uma eleição diferente. Em Goiânia, tinha-se uma eleição que se dava no campo de participação de 5, 6, 7 partidos no máximo, quando tinham muitas candidaturas; essa se estendeu mais. No Pros, trabalhamos muito nisso, até porque a pauta do Pros foi uma pauta de discussão da cidade, além de procurar aqueles (partidos) que pensavam como nós. Havia entendimento com vários partidos, mas, no último momento,  há as definições que se dão não só no campo do município, mas também no campo externo, de alinhamento de partidos em nível estadual e nacional. Algo que é muito precioso nestas eleições, é a questão do tempo de TV e rádio, a forma de se comunicar.  Até porque, com este período que nós estamos iniciando, não temos noção do que teremos pela frente, em termos de pandemia. Então, isso passou ser valiosíssimo. Com certeza, vai ser uma pauta muito forte destas eleições.

“A pauta do Pros foi uma pauta de discussão da cidade, além de procurar aqueles (partidos) que pensavam como nós”

O Pros lançou candidato próprio em quantos municípios?

Ainda estamos trabalhando. Na condição de presidente estadual, nós tivemos dois trabalhos a realizar, estar discutindo sobre Goiânia e também os municípios do interior. Cremos que vamos fechar pelo menos com presença em 16, 17 municípios com candidatura majoritária e também, como vice, participaremos em algumas chapas no estado.

Além da eleição deste ano acontecer no meio de uma pandemia, o que leva o eleitorado a não ter “acordado’ de que estamos em ano eleitoral , a eleição aqui de Goiânia teve uma particularidade que foi o anúncio da aposentadoria de Iris Rezende (MDB), que todos tinham como candidato natural à reeleição.  Como o sr. viu a anúncio dessa saída dele do pleito? 

A saída do Iris, com certeza, mexeu com o cenário político; é extremamente legítimo esse anúncio dele  depois de tantas participações em nível de país, de estado e, principalmente, de Goiânia, onde dificilmente você anda e consegue não ver uma obra feita pelo Iris, a marca que ele deixou aqui: um obreiro por excelência.  Ele já vinha dando estes sinais, de que não participaria do processo eleitoral sendo candidato e também dentro de candidaturas. Você vê uma corrida até pela aproximação com ele. Mas fecha o seu momento com grande contribuição para todas as esferas, do município, do estado, do país.

“A saída do Iris, com certeza, mexeu com o cenário político; é extremamente legítimo esse anúncio dele (da aposentadoria) depois de tantas participações em nível de país, de estado e, principalmente, de Goiânia”

E essa situação da pandemia?

Teremos uma situação diferenciada. Até o início do ano, quando se começou a anunciar a pandemia, que estava chegando, que estava vindo para o Brasil, e vinha em um volume muito grande, era um anúncio feito pelos meios de comunicação. E não era algo próximo das pessoas. Hoje, não. Hoje, é difícil uma família que não tenha um parente querido próximo que tenha perdido. No meu caso, tenho tios que perdemos; é algo que está muito próximo de todos, e fez com que as pessoas mudassem de comportamento. Estão com medo de aproximar, com medo do incerto. E além disso há também várias consequências na área psicológica, até um grande volume de atendimentos nesta área. E para o próximo prefeito de Goiânia, essa deve ser uma área prioritária para se pensar.

De que forma?

Porque o que se entende durante o processo eleitoral é que é um debate político, de se ganhar a eleição. Eu acho que nesse debate, agora, neste momento, e a sociedade estará acompanhando, será importante observar aqueles candidatos que estão preparados para discutir este tema. Tem gente que precisa ganhar para depois fazer. No momento da campanha, nós temos feito isso, estamos trabalhando com uma equipe capacitada, especializada em áreas específicas, como esta, saúde, uma prioridade nossa, e agora, em especial, com a questão da pandemia. Nós estamos pensando, de início, no primeiro dia do mês de janeiro, quando tomarmos posse, nós já temos que ter planos prontos, já para agir. A pandemia traz um impacto na economia dos bairros, muitas empresas, pequenas empresas – salão de beleza, a vendinha, o pequeno comércio que traz sustento para as famílias – muitas fecharam. Temos que preciso pensar nisso, tem uma questão de saúde e uma questão de sobrevivência, que é a questão financeira. E logo, imediato, tem que se pensar em uma testagem em massa dessas pessoas, como fazer isso. Temos que nós preparar para a vacinação. Outra questão: hoje temos o aporte que o governo federal faz para os municípios, creio que próximo a R$ 150 milhões por mês, no caso de Goiânia. Algumas famílias, por terem perdido a oportunidade de trabalho, têm sobrevivido com isso, com esta ajuda do governo. A partir do mês de outubro, a ajuda já será pela metade, passará a vir R$ 75 milhões. Já é uma preocupação para o município, que deve estar atento a isso.

“Já chegar com tudo pronto. Essa é nossa preocupação. O que fazer a partir do dia primeiro de janeiro. É preciso pensar Goiânia do ponto de vista de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo”

O sr. defende, então, a criação de um planejamento, de se pensar um plano, para preparar a cidade, para não ser pego de surpresa.

Sim, estou falando sobre nossa ação: já chegar com tudo pronto. Essa é nossa preocupação. Inclusive é uma proposta nossa, nós já vamos colocar de imediato, durante o processo eleitoral, o que vamos fazer a partir do dia primeiro de janeiro. E estamos discutindo isso de forma muito bem elaborada. É preciso pensar Goiânia do ponto de vista de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo. Essas são ações imediatas, já chegar trabalhando. Nossa preocupação foi de ter uma equipe profissional, capacitada, que entenda dessa área, de contingenciamento. Mas antes da pandemia, já se tinha a necessidade do atendimento presencial nas unidades de saúde. Por exemplo, a situação da mãe  que precisava de um atendimento para a criança de madrugada, ter que sair procurando. Então, essa é uma preocupação urgente que já está sendo discutida dentro do nosso plano de governo. Assim como a situação das creches que fecharam, por causa da pandemia. Hoje talvez seja o menor número das mulheres no mercado de trabalho porque elas não têm mais como deixar as crianças na creche, não tem alguém para cuidar. A preocupação é se ter uma escola em tempo integral. Então, é um mundo, hoje, que não dá para ser pensado só com pessoas entusiasmadas, ele tem que ser pensado com pessoas capacitadas, especializadas, que entendam o poder público, que entendam de gestão.

“É um mundo, hoje, que não dá para ser pensado só com pessoas entusiasmadas; ele tem que ser pensado com pessoas capacitadas, especializadas, que entendam o poder público, que entendam de gestão”

Então, além da preocupação com as áreas específicas da administração, o sr. está pensando na retomada econômica do município após esta pandemia?

Sim. E outra coisa que temos, é uma questão complexa, a questão do transporte público, que era um problema anterior a pandemia.  Mas que, na pandemia, o que aconteceu? O transporte, que já precisava ser pensado, passou a ser uma necessidade de contingenciamento, de urgência. O cidadão que dependia do transporte público, não tava do jeito que ele queria, que precisava ser, e agora você tem uma recomendação, pelas autoridades sanitárias de que ele precisava manter o isolamento. As pessoas em melhor situação financeira tinham o carro, a máscara, condições de cumprir o mínimo das recomendações. Os que não tinham esta renda tinham que se submeter a um transporte super perigoso. Onde, mesmo com a necessidade de distanciamento, estavam todos lá amontoados um no outro.

“O transporte coletivo de Goiânia precisa ser resetado. Tem que ser pensado do ponto de vista de transporte público mesmo. E não se tem como pensar isso sozinho, não existe fórmula milagrosa”

Mas, aqui em Goiânia, nunca alguém, da esfera administrativa da prefeitura, conseguiu resolver o problema do transporte coletivo. Como o sr. pensa em resolver isso?

Na minha visão, o transporte coletivo de Goiânia precisa ser resetado. Tem que ser pensado do ponto de vista de transporte público mesmo. E não se tem como pensar isso sozinho, não existe fórmula milagrosa para um problema antigo, que traga propostas ingênuas, que não entendam o contexto. A cidade precisa ser pensada de forma plena, em que se pense todas as áreas. Essa é a nossa proposta. Estamos dizendo que nós teremos em Goiânia a melhor capital do Brasil para se viver. Uma cidade que terá um serviço de excelência, uma administração, uma gestão de excelência, é o que nós propomos. E isso passa por quatro importantes fatores: liderança, capacitação, estratégias e plano de ação. Lembrando que ninguém faz nada sozinho, a sociedade percebe isso. Se a pessoa está preparada ou não.

O sr. pensa em encerrar as concessões do transporte? Trazer para a gestão do município, municipalizar o transporte coletivo?

Vai ter que se pensar um transporte público quase do ponto de vista de se resetar o que está pronto, desenvolver um novo sistema, trazer para a discussão aqueles agentes que lidam diretamente com esta área. Estamos elaborando propostas reais, concretas. Estão sendo construídas, muitas estão já prontas e serão mostradas na campanha. Teremos todas disponibilizadas em nossas redes sociais, para que a sociedade as conheça, antecipadamente.

O sr. se propõe a fazer parcerias? Com quem? Com o estado, com a iniciativa privada?

O próximo governo precisa ter liderança, condições de diálogo, com todas as esferas de governo , federal, estadual, entidades de classe, com o próprio Poder Legislativo municipal. Nós tivemos exemplos de gestões que não se deram bem, em função da relação do Executivo com o Legislativo, de não ter experiência com isso. E também tem que ter diálogo com a sociedade, para que ela entenda o propósito do Executivo, do que ele quer implantar, do que ele tem de proposta para a cidade. E, para isso, é preciso ter liderança e experiência. Experiência, para o próximo gestor de Goiânia, é fundamental. Não adianta trazer propostas vazias, não adianta só planejar, teorizar – é importante que saiba fazer acontecer. Eu cheguei muito jovem na vida pública, aos 26 anos eu já era deputado estadual. Assim que assumimos a liderança do governo na época, comandamos a aprovação de projetos importantes como a Bolsa Universitária. O que dá oportunidade ao jovem é justamente estar qualificado. A minha presença no Legislativo foi sempre pensando nisso. Como líder do governo, participamos de muitas votações; logo chegamos também à presidência da Assembleia, em 2005. Sofremos várias perseguições, até pelo trabalho que nós fazíamos. Nós propomos uma Assembleia que fosse moderna, transparente e que desse resposta para a sociedade. A nossa presença na presidência foi para isso, para chamar a atenção dos parlamentares para aqueles que nos tinham escolhido para sermos representantes deles na casa tivessem o trabalho voltado para eles. Nossa preocupação como gestor sempre foi a de entregar um serviço de excelência para a população.

“O próximo governo precisa ter liderança, condições de diálogo, com todas as esferas de governo , federal, estadual, entidades de classe, com o próprio Poder Legislativo municipal”

O sr. é conhecido como um articulador, característica demonstrada quando era presidente da Assembleia, e agora como presidente de partido. Mas a articulação no Executivo é um pouco diferente, envolve mais forças, convive com mais forças.   

Sou conhecido no meio politico, inclusive, como um bom articulador do bem, articulador da coisa boa. Porque hoje tem articulação executada de formas que não devem ser. Mas a nossa articulação é conhecida como a boa articulação. Como chefe do poder, a nossa relação foi sempre a de estar buscando o entendimento com toda  a sociedade, que é sempre o alvo principal. Mas não foi só pelo Legislativo que passamos, onde adquirimos esta bagagem, essa experiência. Passamos também pelo  Executivo. Participei de um processo eleitoral na época da eleição do prefeito Iris Rezende. Após sua vitória, fomos convidados para ser Secretário de Governo da Prefeitura de Goiânia. Ali eu convivi, diariamente, 24 horas por dia, por quase dois anos, ao lado de um grande professor, de um mestre, que é o Iris. Aprendemos muito sobre articulação. É uma pasta que trata diretamente com vários segmentos organizados, com o Poder Legislativo, com o governo estadual, com o governo federal e com a própria gestão do Executivo. Então, agradeço muito a oportunidade que o prefeito Iris me deu de estar participando do lado de dentro do Executivo.

Um dos problemas principais que a administração tem é a arrecadação, que determina o que a prefeitura pode fazer, como gastar. No plano de governo que o sr. está montando, esta área é contemplada? Soluções para ela, principalmente, como o sr. já citou, neste contexto de pandemia?

Esse é o principal fator de tudo o que nós discutimos aqui, é parte integrante de tudo. As finanças serão o ponto chave para quem quer administrar Goiânia. Na pandemia, tivemos uma perda na arrecadação. Nós estamos criando um projeto para já no início fomentar. Teremos que criar programas para dar suporte a esta economia de bairro afetada. Vamos mostrar durante todo o processo eleitoral, através das nossas redes, como vamos fazer isso. Porque para você investir em algo você tem que priorizar, às vezes tirar de algum lugar para colocar em outro. E uma arrecadação que o Paço tinha quase toda sua receita comprometida, agora tem uma situação ainda mais grave, que é a perda de momento. Vamos apresentar os números no decorrer desta campanha.

“Na pandemia, tivemos uma perda na arrecadação. Nós estamos criando um projeto para já no início fomentar. Teremos que criar programas para dar suporte a esta economia de bairro afetada.”

A população em geral tem muita descrença nos serviços públicos, não confia mais que o poder público consiga resolvê-los. Como contornar esse momento ruim para os políticos, perante a opinião pública?

Isso é uma questão de credibilidade, não é? Temos uma discussão que é sobre a cidade inteligente. Muita gente fala em robotizar os serviços. Nós temos uma realidade pós-pandemia em que o poder público vai precisar disponibilizar seus serviços através de plataforma digital. Isso é necessário. Mas é importante pensar isso de forma integral. O que envolve a cidade inteligente? O bem estar, uma cidade humana. Porque, primeiramente, a vida importa. A cidade existe por conta do ser humano, a preocupação de quem está a frente do Executivo deve ser com o ser humano. Vamos pensar nesta cidade que dá condição de uma vida saudável aqui no município.

“O que envolve a cidade inteligente? O bem estar, uma cidade humana. Porque, primeiramente, a vida importa. A cidade existe por conta do ser humano, a preocupação de quem está a frente do Executivo deve ser com o ser humano”

Voltando agora a falar de política, na opinião do sr., a política de Goiânia precisa de cara nova? Em todas as últimas eleições, parece que a gente tinha os mesmos rostos. Agora, com a saída do prefeito Iris, o sr. vislumbra que surjam novas lideranças, para ocupar espaços políticos?

O ciclo é um processo natural. Tem aí muita contribuição pelo próprio Iris à vida pública. E a forma da própria regulação da lei nacional traz condições da participação maior dos partidos. São muitos partidos, que disponibilizam vários candidatos. Tem muita gente jovem disputando, alguns pela primeira vez. Essa participação, com certeza, trará perspectiva de nomes novos que terão possibilidade de serem governantes, não só em Goiânia, mas em todo o  Brasil. Creio que a cidade de Goiânia  terá um prefeito que ainda não foi prefeito. Acho que é um desejo da sociedade de conhecer (outras opções). Neste caso, eu quero me colocar, com a experiência que tenho de estudos, de trabalho com a coisa pública, tendo a oportunidade de ser uma cara nova em Goiânia, para ser prefeito.

“Eu quero me colocar, com a experiência que tenho de estudos, de trabalho com a coisa pública, tendo a oportunidade de ser uma cara nova em Goiânia, para ser prefeito”

Há a avaliações que preveem a eleição da capital como a ser polarizada entre duas chapas, a de Vanderlan Cardoso (PSD) e Maguito Vilela (MDB).

Eu não acredito nisso. Se nós pegarmos outros exemplos, a gente percebe que a política tem mudado. Se você pegar resultados da última eleição, há dois anos atrás, perceberá de forma muito clara  que aqueles que saíram na frente não foram os que chegaram no final, lá na bandeira. Temos aí um espaço aberto de debates. E a sociedade está mais atenta. Creio que será a eleição que terá a maior participação no campo digital, facilita para o cidadão. Tem muita gente que não tinha antes formas, oportunidade, de estar debatendo política e hoje tem. Através do smartphone a pessoa pode conhecer propostas, perfil do candidato. Isso faz muita diferença na hora de decidir o voto. A informação está facilitada. Ela quebrou este monopólio, estes dois favoritismos que saíam, de um lado oposição, de outro situação. Na prática, acho que isso hoje não existe mais.

“A informação está facilitada. Ela quebrou este monopólio, estes dois favoritismos que saíam, de um lado oposição, de outro situação. Na prática, acho que isso hoje não existe mais.  Uma via diferente tem chances reais de ganhar as eleições deste ano”

Haverá uma terceira, uma quarta via, uma via diferente, com sucesso no pleito?

Concordo que uma via diferente tem chances reais de ganhar as eleições deste ano.

E esse atrelamento da eleição municipal, parece ser um vestibular, para a eleição estadual, no caso a de 2022. Como o sr. vê isso?

Com certeza, todas as forças se manifestam se juntam, para discutir. A maioria, inclusive, acaba não discutindo o projeto de Goiânia. Não está em debate o que é melhor para Goiânia, os problemas, as urgências da cidade. Fica mais no campo de projetos de poder, projetos pessoais. A sociedade vai estar muito atenta a isso. A quem está discutindo e preocupado com uma boa gestão, uma gestão de excelência, ou àqueles que estão construindo projeto de poder. Tem gente que constrói projetos de poder o tempo todo. Projeto de partido, pessoal. Isto está tão visível. A comunicação aberta é boa por conta destas situações. A sociedade está muito atenta. Pega todos os exemplos que aconteceram nas eleições de 2018: a resposta do eleitor foi uma resposta diferente do que era  acostumado, a prática era outra. Hoje, vemos que quem tem possibilidade é aquele que apresenta a melhor proposta de gestão para a cidade.

“A maioria, inclusive, acaba não discutindo o projeto de Goiânia. Não está em debate o que é melhor para Goiânia, os problemas, as urgências da cidade. Fica mais no campo de projetos de poder, projetos pessoais. A sociedade vai estar muito atenta a isso”

Se o sr. for eleito, como será o relacionamento com o governador Ronaldo Caiado (DEM)/?

Temos uma relação muito boa, saudável. Também com o governo federal. A nossa presença na política sempre foi conhecida como a de um bom diálogo. Quando você está preocupado com a sociedade, com aqueles que você representa, facilita tudo, facilita o diálogo em todas as esferas.

“Temos uma relação muito boa, saudável, com o governador.  Também com o governo federal. A nossa presença na política sempre foi conhecida como a de um bom diálogo”

O governador, ao contrário de Iris Rezende, não ficou neutro neste processo eleitoral. Ele escolheu um candidato, apoia  Vanderlan Cardoso. O protagonismo do governador nesta pré-campanha, pode-se dizer, foi muito grande.

Ele tem participado. Cada agente político trabalha, escolhe, no seu entendimento. Creio que nossa vitória não trará nenhum obstáculo, do ponto de vista de gestão, para termos harmonia. Até porque, após a eleição, o que interessa não é o partido que você está, o grupo com o qual chegou. A prioridade é a boa gestão, é entregar aquilo a que você se comprometeu durante o processo eleitoral. E todos que estão no governo estarão, com certeza, com a mesma vontade, o mesmo intuito de devolver isso, como serviço, para a sociedade.

O sr. é uma liderança que nasceu, que veio, da igreja evangélica.            

Eu venho de um segmento religioso, acho que isso é muito importante para quem pretende governar. Isso contribuiu muito para me trazer a sensibilidade como gestor.Para ser gestor você precisa conhecer números, de gestão, estar capacitado, mas também tem que ter sensibilidade. Sem isso, não consegue avançar em uma boa representação para a sociedade. Sem dúvida que, primeiro, a igreja traz uma formação de caráter , o que é muito importante. Tenho orgulho da escola que tive como cristão.

A igreja ajuda a formar líderes? O sr. se considera um candidato do segmento religioso nesta campanha?

Não porque eu já tive a oportunidade de ser chefe de um poder e lá nossa conduta sempre foi pensando na sociedade. Porque o que se discute na gestão não é a sua religião, a sua formação acadêmica, mas a proposta que você fez e deve entregar para aqueles que escolheram você como representante.

O  sr. parece estar muito entusiasmado com a participação nesta eleição, em disputar o cargo, depois de um tempo sem disputar eleições. O que o motivou mais a abraçar esta candidatura?

Eu nasci em uma cidade bem pequena, Itaguaru, próxima a Goiânia, para a qual vim com 12 anos de idade. Eu já amo a cidade desde que vim para cá. E, com a participação na política, foi me trazendo o desejo de trazer aquilo que eu tinha de preparo para o bem da coletividade, da cidade. Por três vezes fui deputado, fui presidente do Poder Legislativo. E depois, como Secretário de Governo, participar por quase dois anos do dia a dia da Prefeitura, isso me despertou, me trouxe vontade de ser prefeito, entendendo que eu poderia trazer um governo de excelência para a cidade. Isso foi o que mais me despertou, esta participação, estar  dentro do Paço, passei a ver uma coisa real, concreta. Foi quando veio a paixão pela gestão.

A chapa do sr. foi uma das poucas que compôs com outro partido. A maioria das chapas deste ano foi chapa pura. Na visão do sr. porque tantos partidos não conseguiram se unir, aparentemente.

Isso é uma tarefa já de início, essa formatação. Como já disse, ninguém governa mais sozinho. Esse é um fator importantíssimo, uma boa articulação deve ser levada para toda a gestão, porque não adianta ter boa intenção, é importante que tenha liderança, que seja capacitado, que tenha estratégias, plano de ação, mas que tenha esta articulação. E nós, graças a Deus, já tivemos sucesso já no início, de ter uma aliança para pensar Goiânia, para governar a capital.

A configuração da pré-campanha de Goiânia teve reflexo em outros municípios?

Em muitos partidos, o que se desenhou em Goiânia reproduziu para alguns outros municípios. È claro que isso não foi uma regra, nunca é. Mas acaba reproduzindo, as alianças que você tem no macro acaba descendo para as outras esferas. Eu acho positivo, até porque quando você tem uma participação partidária, você se junta pensando no bem coletivo e, é claro, com aqueles que tem uma proposta pelo menos parecida com a sua. Isso acaba sendo natural.

Como será fazer campanha em meio a esta pandemia? Pesquisadores apontam a possibilidade de uma grande abstenção nestas eleições.

Essa campanha será ainda mista, vai ter uma participação na base digital, através das redes sociais, mas vai ter também a presença – não o contato. Mas dentro e obedecendo o protocolo sanitário, está tendo reuniões, com certeza em grupos menores. Mas será debatida de forma presencial também. O grande volume será nas redes sociais, sem dúvida, e no programa de TV e rádio, que passam a ter uma importância, maior do que tiveram nas eleições anteriores.

fonte: Jornal Opção

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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