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Relatório aponta 30 mil crianças fora da sala de aula em Aparecida

A pouco mais de um mês para começar o período de matrículas escolares na rede pública de Aparecida de Goiânia, levantamento realizado pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) aponta que o déficit de crianças não matriculadas em creches da cidade é alto. O cenário, retratado pelo Comitê Técnico da Educação do IRB (CTE-IRB) e vinculado aos Tribunais de Contas Estaduais, mostram que, em Aparecida, o déficit de vagas para crianças entre 0 e 3 anos, chega a 29 mil.

Em Aparecida de Goiânia, o relatório aponta que há 32.156 crianças com idade entre 0 e 3 anos aptas a frequentar creches públicas. Contudo, de acordo o CTE-IRB, tendo como base o Censo Escolar da Educação Básica 2020, destas, somente 3.007 estão matriculadas, o que significa 9,35% do total, ou seja, há mais de 29 mil crianças na fila por vagas em creches públicas. Já com relação às crianças com idades entre 4 e 5 anos que estão aptas a frequentar a pré-escola, estão matriculadas no município 8.651 das 18.262 crianças, o que representa 47,37% do total, o que significa um déficit de mais de 9 mil crianças nessa faixa etária.

Questionada sobre os dados, a Secretaria de Educação de Aparecida de Goiânia informou, em nota, que tem atuado para atender toda a demanda do ensino infantil na cidade implantando novos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e estabelecendo novos convênios com entidades para abrir novas vagas, e que para nortear o trabalho tem considerado a demanda espontânea por vagas, atualmente em 6 mil.

“Em 2009, a cidade possuía apenas seis Cmeis e que atualmente são 32 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e 22 unidades conveniadas que atendem 9.472 crianças de 6 meses a 5 anos, sendo que 7.765 estão matriculadas na rede municipal. Atualmente, a Secretaria de Educação busca recursos para construir mais 15 unidades de ensino, cada uma com capacidade para atender 180 crianças e tem estabelecido novos convênios com entidades de acordo com a legislação”, diz o comunicado.

Aprendizagem na infância 

A psicóloga escolar Maria Júlia de Oliveira explica que, em um primeiro momento é preciso pensar que se tratando de Educação, ela pode acontecer tanto em espaços informais como também formais, como a escola, local em que se é vivenciada a sistematização do ensino. Sobre a aprendizagem nos anos iniciais da infância, a especialista afirma que é um sistema complexo que envolve não só a cognição da pessoa. “É preciso reconhecer a importância das relações neste processo, principalmente nos anos iniciais da infância, momento em que outras pessoas vão apresentando o mundo e suas possibilidades para as crianças”, pontua.

A especialista destaca que, ao atuar em escola, percebe o quanto a falta de interação humana dificulta a aprendizagem na infância. “O que antes era possível acompanhar de uma forma direta e próxima, não é mais, até mesmo porque muitos alunos não retornaram para o sistema presencial. E aqueles que retornaram, enfatizam o quanto se veem perdidos na escola, como se não soubessem mais como aprender, estudar e se relacionar”, aponta Maria Júlia.

A psicóloga ressalta ainda que a escola é também um espaço de compartilhamento. “Muito do processo de aprendizagem acontece em seu interior”, pontua, reforçando, inclusive, a importância da escola física no processo de aprendizagem. “As consequências de um ensino remoto estão sendo visíveis no campo da escola e das famílias, e por isso, ressalto a importância da escola física, estrutural e simbólica para os processos de ensino-aprendizagem e desenvolvimento humano. Não há tempo que fora perdido, principalmente para aqueles que sentiram de perto os efeitos da pandemia, mas há muito o que construir daqui para frente, lembrando-se que a aprendizagem é facilitada por meio da presença, da escuta e dos afetos”, finaliza.

O Hoje

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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