O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) elogiou nesta quarta-feira (30) o desempenho de Roberto Ferreira Dias à frente da diretoria de Logística do Ministério da Saúde. Exonerado nesta terça (29) horas após ter sido citado em oferta de propina para aquisição de vacinas, Dias foi nomeado por Mandetta para o cargo no início do governo Jair Bolsonaro e mantido por seus três sucessores.
Mandetta diz que a escolha foi técnica, baseada no currículo de Dias. “O currículo do cara é muito bom e o desempenho foi bom. Ele sempre teve uma postura técnica, correta”, disse Mandetta, lembrando que Dias era um dos dois únicos remanescentes da equipe que montou ao assumir o Ministério da Saúde.
Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, afirmou, entrevista exclusiva à Folha, que recebeu do diretor Roum pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
O ex-ministro conta que, ao deixar a saúde em abril de 2020, recomendou que Bolsonaro preservasse a equipe para impedir descontinuidade do trabalho em plena pandemia da Covid. Mas que apenas Dias e a médica Mayra Pinheiro sobreviveram às trocas de ministros.
“Ele [Dias] permaneceu no ministério quando Bolsonaro se aproximou do centrão. Se ele permaneceu por questões políticas, não tenho como dizer”, afirmou Mandetta.
O ex-ministro diz que uma das justificativas apontadas para sua exoneração foi a necessidade de melhoria da logística no ministério, mas o responsável pelo setor foi mantido. “Permaneceu exatamente no setor que eles falavam ser a razão de minha saída.”
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