O economista Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto foi nomeado presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nomeação foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (27).
Eduardo Rios Neto, que era diretor de Pesquisas do instituto, foi indicador ao cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Formado em economia, ele possui doutorado em Demografia, é membro da Academia Brasileira de Ciências e professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A nomeação dele para o cargo acontece após Susana Cordeiro Guerra pedir exoneração do cargo de presidente do instituto alegando “motivos pessoais e de família”. Ela deixou o comando do IBGE após forte redução de recursos para o Censo 2021.
Susana e Rios Neto assinaram, juntos, artigo publicado em março pelo jornal “O Globo” e reproduzido na página do IBGE no qual afirmaram que o país ficará em risco sem as informações censitárias.
Sem Censo em 2021
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2021 – que não prevê recursos para a realização do Censo.
O IBGE havia solicitado R$ 3,4 bilhões para realizar o Censo em 2020, que era a data prevista para o levantamento. Após pressão do governo federal, enxugou o orçamento para cerca de R$ 2 bilhões. O Congresso decidiu, no entanto, destinar apenas R$ 71 milhões para a pesquisa – menos de 5% do custo acordado – o que inviabilizou a realização do levantamento.
O corte levou o IBGE a suspender as provas do concurso público que seria realizado para contratar mais de 204 mil agentes para atuarem na coleta de dados do Censo. No ano passado, órgão já havia cancelado um concurso com mais de 208 mil vagas previstas, também para realização do Censo, que vem sendo adiado.
‘Perda completa de eficiência da política pública’
Em março, oito ex-presidentes do IBGE divulgaram uma carta aberta em defesa do orçamento para o Censo 2021. Eles destacaram que os dados do Censo Demográfico são a base para a transferência de recursos para estados e municípios, para a administração do Bolsa Família e para todas as políticas de educação, saúde e transferência de renda.
A carta aberta foi assinada por Edmar Bacha, Eduardo Nunes, Eduardo Augusto Guimarães, Edson Nunes, Eurico Borba, Sérgio Besserman, Simon Schwartzman e Silvio Minciotti.
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