Antes de tudo é preciso dizer claramente: não existem vacinas para tratar a Covid-19. Vacinas produzidas para o controle da pandemia ajudam a prevenir a doença.
Mas não era o que ocorria na Drogaria Diamante, estabelecimento Vila Maria Alta, na zona norte paulistana.
Até segunda-feira, 12, essa farmácia estava vendendo o que lá se apresentava como “vacina para tratamento da Covid-19”. Nessa data, o local foi alvo de uma operação policial. Funcionários da farmácia foram levados à delegacia para prestar depoimento.

Câmera da reportagem da BBC Brasil flagra venda de falsa vacina na Drogaria Diamante, zona norte de São Paulo | Foto: Reprodução
Imagens gravadas pela equipe da BBC Brasil com câmera escondida mostraram que doses da falsa vacina eram injetadas por 100 reais. Nas cenas, aparecem vários pacientes bolivianos — incluindo uma grávida e uma idosa — atendidos por um homem de avental branco.
Um repórter da BBC, dizendo-se com quadro de Covid-19 e relatando sintomas, foi aconselhado a tomar a “vacina”.
Relatos dão conta de que alguns pacientes que receberam o falso imunizante foram hospitalizados em estado grave e uma mulher acabou morrendo vítima da doença, segundo o atestado de óbito obtido pela reportagem. Tinha 35 anos e deixou três filhos pequenos.
Segundo a BBC, houve tentativa de contato com a drogaria para que se posicionasse sobre a gravação e a vistoria, mas o estabelecimento fechou as portas e não atendeu aos telefonemas.
Embora o acesso à farmácia seja livre, o principal público do estabelecimento são imigrantes da Bolívia. Estima-se que haja de 100 mil a 300 mil bolivianos em São Paulo, muitos em situação vulnerável por conta da condição migratória irregular.
Eles podem tomar vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive contra a Covid-19. A Drogaria Diamante, porém, não está listada entre os pontos oficiais de vacinação em São Paulo.
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