Quem possui uma significativa quilometragem de vida deve se lembrar de que as outrora famosas lutas de “Telecatch” (um show com ares de vale tudo) era, na verdade, uma empulhação que não valia nada. Com o passar do tempo, na era do marketing relâmpago, mudou-se o nome. Hoje nem sei qual verbete que mantém besteirol semelhante na crista da onda.
As escaramuças para conquistar o trono da prefeitura fazem lembrar a era de Ted Boy Marino, Hulk Hogan e outros artistas do ringue. O que existe de faz de conta não é bolinho que se degusta no chá das cinco. Numa ginástica urdida pela necessidade, o grupo de Adriana Acorci resolveu tirar de letra, fazer carreatas adotando o branco e fingindo que vermelho em Goiás existe apenas no interior das deliciosas melancias que se adquire nos semáforos. Se colar, colou.
Iris adota o tom de que é o novo na política. Veterano, com histórico e passado digno de Matusalém, é um Ponce de León versão 2016. Até a voz e os cabelos continuam os mesmos. Denorex que se cuide.
De circo mesmo é Francisco Junior. Na base do assovio, fingindo que isso nunca teve nada a ver com ele, critica até a zorra da cidade como se não tivesse sido responsável por um plano diretor que jogou no ralo a qualidade de vida de bairros inteiros. Pior ainda é quando se acha capaz de eructar propostas como se o mundo real pudesse ser resolvido com mágicas. Fala em romper contratos com as empresas de ônibus, exigindo ações especificas que custam os tubos, quando muitas sequer toleram o tranco atual. Isso sem mostrar claramente como vai preencher a lacuna. Vai comprar frota com que dinheiro? A prefeitura, que mal consegue se ajustar para a coleta de lixo, poderá assumir um pepino desse? Alguém topa pagar para ver?
O delegado Waldir é uma espécie de Fantomas, lutador habilidoso que se vestia de múmia, mais do que disposto a improvisar. Muitos acreditam que, sendo eleito, os criminosos da capital vão ter que se contentar com o banquete nas cidades do interior. Ele até já avisou: seu número é 22 mas entra na prefeitura com um 38 na mão e uma 45 na outra. Quem imagina que será mole, trisca para ver o que acontece. Essa de que segurança é uma prerrogativa do Estado não cola com xerife Waldir. E estamos conversados.
Sob as asas do governador Marconi Perillo, Wanderlan Cardoso não promete saquinhos de biscoito Micos para ninguém. É um adepto de Raul Seixas e, nas inúmeras contra – danças mudando de partido, uma legítima metamorfose ambulante. Se a arte de matar um leão fizer dele um caçador, está garantida a fatura. Foi um bom prefeito em Senador Canedo.
Djalma Araujo, não podemos esquecer o vereador das polêmicas garantidas. Sem lenço, sem dinheiro, com poucos segundo na TV e na rinha por uma legenda que, tendo sorte, enche uma dúzia de kombis, aposta os próprios cabelos que poderá chegar ao segundo turno. O fato de ser careca é um detalhe próprio da rede de intrigas que o persegue.
O ciclista Flavio Sofiati segue pedalando como se não tivesse obrigação – e na verdade não tem – de chegar a lugar algum. Faz o papel dos que entram no ringue para ganhar perdendo.
O leitor deve questionar onde pretendo chegar criticando Deus e todo mundo. Sendo eleitor, na verdade não quero chegar. Gostaria de sair da enrascada. Mas não posso. Então, vou rindo da situação enquanto o clima me permite. Se vou chorar muito, ou pouco, nos próximos quatro anos, só o tempo dirá. Por enquanto, para não chorar, vou dando risadas e me divertindo com o “Vale Tudo.”
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