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Uma boa receita de bolo

Tempos idos, quando censores energúmenos batiam ponto nos periódicos e televisores do país, os jornais “Estado de São Paulo” (batizado como Estadão) e o excelente “Jornal da Tarde”, ambos do Grupo Mesquita, optaram por uma solução pitoresca que servia, ao mesmo tempo, para denunciar as proibições efetuadas e causar desgaste ao regime militar. No lugar das matérias interditadas, colocavam receitas de bolo, tortas e pudins.

Em algumas ocasiões, as rotativas entregavam nas bancas impressos com um conteúdo similar ao das revistas especializadas em culinária. Os leitores, cientes de que haviam sido impedidos de conhecer verdades incômodas, enlouqueciam à procura de informações. Algo fácil. Os jornalistas passavam as matérias para grupos da OAB, Direitos Humanos, estudantes e o feitiço se virava contra o feiticeiro.

Hoje, pelos menos oficialmente, não é necessário copiar livros de culinária para denunciar o exercício da livre imprensa. Entretanto, se instala de forma constante e aterradora, um novo formato de perseguição, tão cruel e efetivo, quanto a obtusa baioneta verde-oliva.

Proliferam nas redações, emissoras de TV e de rádio, grupelhos que se dedicam a um patrulhamento ideológico que dói os ossos. Covardes, agindo às sombras, se valem das redes sociais e não abrem mão de tricas e futricas em sórdidas manobras nos bastidores. São piores do que os ditadores de plantão porque não aparecem.

Desprezíveis na qualificação moral e desprovidos de talento, enxergam os que não rezam em suas ultrapassadas cartilhas como inimigos do povo. Ao mesmo tempo, utilizam as massas como bucha de canhão para atingir seus objetivos.

Frente a evidências inquestionáveis, se refugiam em chavões que somente eles acreditam. Se Nicolás Maduro pratica tortura, permite a morte de crianças inocentes vítimas de fome e destrói o que resta da Venezuela, culpam o Tio Sam, a Cia e até João Doria. Nunca pedem desculpas ou recuam.

Existem apenas duas alternativas capazes de agradar esses famosos “companheiros”: concordando com suas teses comunistas ou se dedicando a divulgar boas receitas de bolo. Aliás, são pródigos em degustar fatias e tirar proveito, mas não lhes peça para colocar a mão na massa.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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