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Surge uma esperança contra a corrupção

Quem tem o mínimo de conhecimento dos humores do cerrado, sabe o quanto é difícil
reunir três mil pessoas, em pleno feriado, sem existir a promessa de mega shows, rodeio,
open bar e outros prazeres. A exemplo do que aconteceu em outras sociedades, nos tornamos
egoístas, centrados em interesses particulares e com foco no imediato. Entidades como UNE e
Sindicatos foram docilmente controlados, se transformando em inofensivos animais domésticos,
com mimos, agrados e benesses à custa do contribuinte.

Sendo assim, considero muito promissor que a Marcha Contra a Corrupção tenha
alcançado três mil cidadãos conscientes. Quem participou teve a sensação de estar presente
no plantio de uma fantástica semente. Os frutos podem ser colhidos em futuro muito próximo.
Os pessimistas acham que não muda coisa alguma e que foi um ato de gatos pingados a miar
ilusões. Erram. Os feitos notáveis da humanidade surgiram tímidos e vagarosos.

Nos Estados Unidos a luta por direitos civis, com foco principal na discriminação da raça
negra, foi se erguendo a partir de sonhadores num único veículo. Os pioneiros foram expulsos
e muitas vezes linchados pelos radicais movidos por ódio e ignorância. Aos poucos, na base da
coragem, surgiram lideranças e apoio consistente.

No Brasil, os movimentos pelas eleições diretas – participei ativamente e me lembro
bem – foram acontecendo em núcleos pequenos, residências, apartamentos e chácaras, se
esgueirando com medo de exigir direitos básicos. A coragem dos iniciantes logo contaminou a
nação e milhões foram às ruas. Foi impossível deixar de atender o apelo da nação.

Estou convicto de que os que atenderam o apelo para lutar contra a roubalheira do dinheiro
público, sem conotação política e sem partidarismo piegas, serão recompensados. Surge um
movimento puro, alegre, diversificado e contagiante. Livre das amarras do exclusivismo e da
presunção. Ergue-se acima dos exploradores de sempre.

É uma nova casta de estudantes, de operários, profissionais liberais, professores, jornalistas,
executivos, empresários e, sobretudo, de consciência democrática. Nenhum dos presentes
estava à procura de holofotes, de glória pessoal, de votos ou honrarias. Gente simples, famílias
honestas, pedindo o óbvio: Parem de furtar o dinheiro público! É pedir muito? Até esse momento
sim.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.

E-mail: [email protected]

Twitter: @rosenwalf

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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