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Salvem as cachoeiras de Pirenópolis

Reconhecida como patrimônio histórico da humanidade, a cidade de Pirenópolis é uma das mais preciosas joias do cerrado goiano. Mesmo tendo sido berço da imprensa em nossas terras – ali surgiu o primeiro jornal do cerrado com o nome “Matutina Meiapotense –, a região se encontra órfã de quem defende o assassinato cotidiano de suas belezas embriagantes. As matérias que envolvem o bucólico município ignoram graves problemas a serem enfrentados.

Com isso, segue em curso uma devastação imoral como se a natureza não estivesse ameaçada. Um tópico crucial, entre muitos que urgem uma revisão rápida, foca-se na utilização das cachoeiras. De olho apenas nos míseros vinte reais que se paga para usufruir das águas límpidas, quem explora as quedas d’água se lixa com a devastação em curso.

Todos os finais de semana, hordas de turistas procuram as margens das corredeiras munidos de caixas de isopor com cerveja e toda sorte de comida. Em qualquer rincão civilizado do planeta isso seria proibido. Os visitantes deixam como rastro latas de alumínio, ossos de galinha, sacos vazios de farofa e outros itens poluentes.

Já visitei locais semelhantes em diversos pontos do mundo e nenhum deles permite o acesso para um piquenique improvisado. É uma questão de lógica. O consumo de álcool é incompatível com o respeito à natureza. Em todos os parques qualificados existem fiscais e placas reforçando que é proibido fumar. Eu presenciei, em todas as corredeiras visitadas, o nojo de fumantes jogando tocos de cigarro a esmo.

A Câmara de Vereadores precisa urdir uma lei que proíba essas ações bárbaras. Quem explora o manancial deve manter fiscais que impeçam a entrada de bagulhos poluentes. Se precisar, instalem câmeras de vigilância. Na Nova Zelândia existem guaritas que inspecionam os automóveis impedindo que recipientes que ofereçam riscos à natureza possam adentrar nesses ambientes.

Os lugares de comilança e bebidas são restritos e controlados. É assim que deve ser. Aqui sempre vai existir um cretino afirmando que se trata do entretenimento do povão. É uma hipocrisia, um embuste. É desculpa para não se oferecer condições adequadas e continuar a destruição.

Essa é uma batalha a ser enfrentada em conjunto com o Município, o Estado e a Federação. Medidas que devem ser tomadas em caráter de urgência. Omitir-se é a pior desgraça. O duro é que existem os gananciosos de sempre que buscam apenas tirar proveito econômico da região. Ainda existem condições de reverter o desgaste e a poluição que afeta as águas. Que os políticos tenham consciência dessa necessidade enfrentando os poderosos, mas com todo o apoio da população.



Rosenwal Ferreira

Jornalista e Publicidade.

Twitter: @rosenwalf

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

1 Comentário

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  • Concordo realmente com você, tive recentemente lá, e ta um caos, eu sou do Espirito Santo morando em Goiânia a 2 anos, isso é um absurdo, questionei alguns turistas que estavam lá, e eles falaram que é frequente.