“Este homem é perigoso – ele acredita no que diz.” Essa pérola de afirmação, que se tornou realidade na maior tragédia a desfigurar a era moderna, foi uma análise precisa feita por Joseph Coebbels, sobre Hitler. No Brasil, nestes tempos bicudos em que tudo parece de ponta-cabeça, estamos vivendo um tempo perigoso em que cretinos de todos os naipes incendeiam múltiplas agressões, justamente por acreditar no que faz e diz, numa saga que sobra radicalismo e falta bom senso.
Os exemplos são grotescos e proliferam a granel em todos os segmentos. Atores famosos e deputados – lembrando ainda José de Abreu e Jean Wyllys – justificam cuspir em desafetos para mostrar insatisfação. Senadores acham normal raivosos xingamentos de mentiroso, ladrão, gangster, com direito a chamar o “nobre” colega para discutir o assunto na base do pugilismo. Isso para recordar a saraivada de impropérios dirigida contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e a quizila improdutiva entre Ronaldo Caiado e Lindberg Faria.
O grotesco inútil tomou conta da nação inaugurando, sem pudor, vergonha ou constrangimento, a era do “barraco”. Para contribuir com o clima estilo “meretriz do cais do porto”, recentemente o imprevisível vereador goiano Djalma Araújo, desrespeitando as dependências da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e mostrando um descontrole brucutu, deu um faniquito gritando que o promotor Goiamilton Machado havia prevaricado e, fato contínuo, só não foi “aos tapas” porque a turma do “deixa disso” impediu.
Não são fatos isolados, eles pipocam em todos os rincões do País numa selvageria inominável. É o espírito de radicalização na sua face tenebrosa. É uma espécie de semente de Hitler que se alastra como vírus. Ou seja: o sujeito acredita piamente em suas teses, ao ponto de não aceitar o contraditório, tornando-se um perigo para si e para quem ousa defender uma tese contrária.
Com esse espírito de porco que se dane os princípios básicos da democracia. O parlamento brasileiro, em suas diversas fornadas, se transformou num circo em que impera o desrespeito, a zombaria, o escárnio e a provocação. Onde vamos chegar? Já chegamos. A uma zorra social com predomínio do confronto improdutivo.
A contaminação é visível, crescente e assombra os analistas. Nas escolas, alunos desrespeitam e agridem professores. Médicos são atacados nos postos de saúde. Pessoas aparentemente normais como aconteceu recentemente em Goiânia, se desentendem e matam a família inteira ou a mãe, com requintes de crueldade, e depois tiram a própria vida. É o desdobramento da falta de ética e de valores. Falta Deus!
Por falar em respeito divino, se a classe política, e os homens em geral, tivessem um mínimo de temor a Deus, estaria tudo resolvido. Não seria necessário ter a bancada da bala, do boi, evangélica, lulopetista ou qualquer raio capaz de engrossar o caldo da desunião. Somos todos os irmãos! Alguém se lembra disso? Nem de longe… Nem de longe!
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