Basta surfar nas perigosas ondas da internet para encontrar toda sorte de demonização do que foi batizada como bancada BBB. Embora lembre um campeão de público, e de breguice, com tremendo ibope na Rede Globo, a sigla se presta a identificar a representação de parlamentares reconhecidos como a turma do boi, bala e bíblia. Os vocábulos foram escolhidos pelos críticos para gerar desconforto. E neste aspecto, cumprem sua função. Numa análise isenta de paixões e antagonismos, é um pé no saco entender porque segmentos tão expressivos estão sendo moídos por militantes profissionais e grupelhos que se arvoram como vanguarda da sociedade brasileira. Mas a quem, e porque, interessa desmoralizar esses setores?
Os dados comprovam que o segmento rural, defendido pela turma do boi, tem sido a solução dos minguados resultados do PIB brasileiro, servindo como uma tábua de salvação para a balança comercial, garantindo trabalho, riqueza e comida na mesa dos brasileiros. Trata-se de pessoas com viés tradicionalista, que prezam laços familiares, defendem a propriedade privada e cujo maior defeito é gostar de música sertaneja. Esse pendor pela composição musical caipira não justifica o nível de criticismo que recebem, sobretudo da esquerda caviar. O grupo da bala, que surgiu recentemente na esteira da violência e criminalidade que assola o País, é composto de profissionais normalmente ligados à área de segurança pública, que defendem uma linha dura, intransigente e ultraconservadora no combate aos marginais de todos os matizes. Acreditam que o cidadão deve andar armado, com direito a reagir ao criminoso, e não acham a menor graça passar a mão na cabeça de delinquentes. Terror dos humanistas, sobretudo os ligados aos direitos humanos, têm como maior defeito fazer coro com a sociedade considerando que bandido bom é bandido morto.
A equipe da bíblia, em sua maioria evangélica, resguarda valores com base no livro sagrado, se recusa a liberar a criminalização do aborto e das drogas e sua maior rota de colisãoé com o segmento LGBT, implicando com o casamento gay e a adoção por casais do mesmo sexo. Fundamentalistas na análise do núcleo familiar, norteiam suas ações com princípios cristãos que muitos consideram ultrapassados. Seu maior enguiço é acreditar que possuem privilégio para entrar no céu. Considerando essas particularidades, que são defeito para alguns e qualidade para outros, não me parece justo essa cruzada para desqualificar um conjunto de indivíduos com posições claras, objetivos honestos e ações transparentes. Qual o problema? O que está por trás dessa orquestração visivelmente preconceituosa e irada?
A resposta pode gerar um bom livro. Mas parece-me óbvio que uma minoria ruidosa, que tem a pretensão de tutelar o eleitor, não aceita que parte expressiva da nação veja com bons olhos a preservação de valores que eles consideram ultrapassados. Gente que pretende enfiar goela abaixo seu estilo de vida. Sempre prontos a destruir quem pensa diferente. São os mesmos que fazem de tudo para demolir os pilares da democracia. De preferência, implantando uma ditadura de ideias, sem a incômoda presença da imprensa livre.
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