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Por que o prefeito Paulo Garcia tem medo de enfrentar os estupradores?

Antes que o leitor seja levado às ansiedades desnecessárias, é bom explicar que os estupradores que estamos nos referindo são os alienados do som automotivo e outros adeptos de ruídos acústicos com altíssimos decibéis, que teimam em violentar os tímpanos dos pais de família, em total desrespeito às regras de boa convivência urbana. A cidade de Aparecida de Goiânia provou que é possível combater essa praga, num projeto aprovado pela população, com total apoio do prefeito Maguito Vilela, e que foi batizado de tolerância zero.

Ali, o diligente Secretário da Agência Municipal de Meio Ambiente, Fábio Camargo, adotou métodos simples, confiáveis e efetivos, que estão sendo copiados por diversas cidades no País. Por que não Goiânia? O que teme Paulo Garcia? Afinal de contas, os que azucrinam a vida da capital num bulício inacreditável, representam apenas algumas centenas de veículos, que agem em detrimento de milhões de eleitores.

Ora, se existe solução já comprovada, capaz de impedir que gente inescrupulosa arrebente alto-falantes em postos de gasolina, praças públicas, chácaras e residências, impedindo que trabalhadores possam dormir em paz, por que não copiar o modelo? Descaso? Falta de pulso? Inoperância?

Os que conhecem os bastidores juram que um grupelho de vereadores, apenas um trio deles, protege esse rol de ordinários, acreditando preservar votos preciosos. Quanta bobagem. O bom mesmo é desmoralizar esses políticos mostrando que eles acobertam quem desrespeita as leis. É muito simples: não precisa de nenhuma audiência pública para resolver a quizila. Sons automotivos em alto volume não são permitidos em áreas habitadas por famílias. Se eles gostam da zorra, que convidem os seus apadrinhados para se instalar em seu quadrilátero. Quero ver se não chamam a polícia.

Estamos vivendo o pior dos pesadelos. Como a vizinha Aparecida está dando conta do recado e realmente cumpriu sua função punindo os automóveis infratores e organizando as chácaras estilo rave, drogas, sexo e estrondo musical, os adeptos da bagunça decidiram invadir nossa praia. A turma da pesada está se alojando em massa nos rincões de Goiânia.

É bom ressaltar que o atual dirigente da Agência Municipal de Meio Ambiente, o refinado Nelcivone Soares de Melo, tem se desdobrado, atuando ele mesmo às madrugadas, para atender um pleito que não tem o devido respaldo. Enquanto o assunto não for uma decisão da cúpula administrativa, como ocorreu em Aparecida, tudo fica na base do banho maria. É necessário um contingente efetivo de fiscais.

Hoje, embora existam centenas deles, teoricamente ligados ao órgão, uma parte expressiva está à disposição para servir ao umbigo de outras atividades. A informação é dos próprios funcionários que se empenham para atender as inúmeras reclamações. O pior mesmo é que não existe um processo determinado, uma visão da importância do problema e da necessidade de ação conjunta com o Estado. A Polícia Militar provou ser uma parceira imprescindível e que chega junto.

O prefeito não sabe, mas devia saber, que  o assunto-tema desse artigo é,  sem nenhuma dúvida, um dos mais importantes problemas nos finais de semana. Indague às viaturas ou, preferindo, pegue o carro e dê uma volta pela cidade.

No arremate, eu não vejo problema algum no sagrado direito de um cidadão ouvir músicas num volume capaz de arrebentar os tímpanos, mas que faça isso utilizando possantes fones de ouvido. Pode até sangrar o tampo de cabeça. É uma liberdade individual que não pode ser tolhida.  Mas qual o sentido de nos obrigar a ouvir a mesma cadência tribal? Detalhe importante: Em Aparecida a tolerância zero ao som alto fez diminuir até a violência e criminalidade. Porque atrás do ruído de belzebu vem o gosto pelas drogas e delinquência.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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