Segundo pesquisas recentes, corroboradas pelo comando da Polícia Militar, a maior parte das quizilas e reclamações da população, principalmente nos finais de semana, no quadrilátero da grande Goiânia, se relaciona à poluição sonora com flagrante desrespeito aos pais de família, impedidos de dormir, vítimas de inescrupulosos na algazarra do som alto.
O órgão diretamente responsável por coibir abusos e fazer com que a lei seja respeitada, é a Agência Municipal do Meio Ambiente, conhecida pela sigla AMMA. No entanto, fato que pode ser confirmado por qualquer analista amador, a repartição pública tem sido praticamente inútil para maior parte dos reclamantes.
Evidente que o atual responsável, Gilberto Marques Neto, um profissional experiente com excelentes referências na comunidade, não tem culpa do caos e da inoperância que se instalou nas vísceras desse importante braço da prefeitura. Ali, pelas informações confiáveis que proliferam, falta de tudo. Equipamentos, funcionários, estrutura adequada, veículos e, principalmente, boa vontade.
O grau de desacerto chegou a limites tão absurdos, que informaram ao atual presidente que era impossível autuar os poluidores porque havia apenas um decibelímetro útil e que, para adquirir a engenhoca, era necessário investir de dez a quinze mil reais por unidade. Um descalabro inimaginável visto que esses aparelhos, aprovados pelo Inmetro, são oferecidos por até 700 reais na internet. Isso a não ser que, por uma dessas razões que a ultraburocracia justifica, a única invenção que a AMMA autoriza custa, a cada duas unidades, o valor de um veículo popular. Já pensaram 30 mil reais por um medidor de ondas sonoras? O funcionário que inventou essa potoca só pode ser um gozador.
Sendo verdade, porque existem mistérios insondáveis na administração pública, seria o caso de pronta intervenção do Ministério Público, principalmente porque existem aplicativos confiáveis até para os telefones celulares. Além disso, regra geral, os tarados do som alto são denunciados por cidadãos de bem, por várias pessoas no mesmo quarteirão e o som elevado pode ser filmado e documentado. Se a AMMA cumprir a função de coibir o crime, duvido que juízes de boa lavra ignorem testemunhas e outras comprovações.
O problema é que o cidadão não está sendo atendido. Os telefones existem de mentirinha. Comprovam-se casos em que marginais da modalidade se jogam num frenesi ruidoso por 72 horas ininterruptas sem nenhuma resposta da AMMA. Resta aos incomodados implorar o socorro da PM que, isolada e de forma heroica, procura sanar o problema porque sabe que a AMMA não vai agir. Essa afirmação pode ser comprovada indagando qualquer um dos comandantes em todos os batalhões da capital.
Por que esse descaso com a AMMA? Exista falta de visão política e de entender a crucial função a ela delegada. Até ontem, a AMMA era apenas um local para acolher desgarrados da politiquice para agradar siglas de aluguel. Com a presença de Gilberto Marques Neto algo pode mudar. Ele se mostra bem intencionado e não me parece disposto a leiloar sua reputação no ocaso da inutilidade. O tempo dirá.
Rosenwal Ferreira
Jornalista, Publicitário e Terapeuta Transpessoal
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