Em minhas críticas pontuais ao prefeito Paulo Garcia, sempre fiz a necessária ressalva de que ele é um gentleman e que seus desacertos não revelam questões umbilicais. Tenho a firme convicção, com base em jornalismo investigativo, que o homem não enriqueceu ou tirou proveito pessoal à custa do cargo. Em muitos aspectos é vítima de um misto de ingenuidade, gratidão, ausência de traquejo político. Falta-lhe a maldade necessária para sobreviver na lama da politiquice.
Acuado por uma corja de sanguessugas de todos os matizes, errou feio quando procurou atender todos os aliados sedentos de cargos e benesses. Enfiou no saco de pagamentos da prefeitura gente incompetente do PCdoB, PT, PMDB e outras siglas de aluguel, comprometendo seriamente a administração da cidade.
Ao se colocar ao lado de Iris, sendo justo com o aliado que o permitiu vencer o pleito, foi abandonado pelos deuses do planalto, cujo único objetivo é destruir todas as siglas e se tornar a única opção de mando e comando. A “democradura” em curso não permite concessões. Mesmo que seja para leiloar e aniquilar companheiros de jornada.
Mesmo com a cidade se degradando no lixo e numa crise abismal, sou defensor ferrenho da permanência de Paulo Garcia no trono da prefeitura. Se acordar, o que parece acontecer mesmo que aos trancos, pode sair da crise e recuperar credibilidade.
O que mais assusta é a possibilidade do vice Agenor Mariano assumir o cargo de prefeito. Esse é o maior dos pesadelos. Aliado da especulação imobiliária assassina, Agenor não tem know-how administrativo, falta-lhe experiência e o senso ético que norteia sua personalidade não me convence.
Se a coisa vai mal com Paulo Garcia, que Deus nos acuda com Agenor Mariano. Os que alardeiam impeachment, muitos por interesses contrariados, devem encarar os fatos com clareza. A cidade está no limite do inferno, joga-la nas catacumbas de belzebu não será rima, nem solução. Trata-se de suicídio.
Forças do mal, com interesses pessoais peçonhentos, torcem contra o prefeito para impedir sua permanência no cargo. Paulo Garcia cedeu pouco. Gananciosos e insaciáveis querem mais, muito mais.
A imprensa faz bem em mostrar as incorreções, os falsos juízos e os desregramentos de Paulo Garcia. Mas bem que podiam investigar a quem interessa destruir sua imagem e inviabilizar sua permanência no cargo. Atualmente Paulo Garcia não está atolado apenas no lixo que deixa de recolher. Afoga-se na sujidade, na imundice da traição e de interesses inconfessáveis. Coragem prefeito. Salve sua reputação e assuma, de fato, a prefeitura nos últimos dois anos.
Rosenwal Ferreira, jornalista e publicitário
@Rosenwalf
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